Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia Volume 07 | Page 136

Nossa filosofia de trabalho é então lutar contra profissionais que ainda praticam técnicas nunca aprovadas pelos conselhos de psicologia, como terapias de reversão sexual (comumente conhecida como “Cura Gay”) e de gênero. Estamos em constante expansão para evitarmos que pacientes cheguem até profissionais que atuam dessa forma e que ainda possuem registro no conselho de classe, mesmo atuando de maneira a violar o código de ética. Essa necessidade se dá pelo fato de que é muito fácil encontrar profissionais oferecendo livremente esses serviços, com divulgações em redes sociais e sites profissionais, basta uma simples busca na internet.

Algumas pessoas podem se perguntar por que alguém buscaria esse tipo de serviço e a resposta se dá através do conflito que a pessoa sente entre sua identidade sexual ou de gênero e o preconceito existente na sociedade, historicamente marcado e ainda infelizmente por vezes perpetuado em determinados contextos, o qual faz com que tentem buscar “cura” para o que causa esse sofrimento. É esse conflito que pessoas antiéticas distorcem para oferecer esses tratamentos, com o argumento de que o “homossexualismo” (termo utilizado para se referir à homossexualidade como doença) ou transexualidade são causadores de sofrimentos por serem fora de algo considerado socialmente como “normal”, quando na verdade esse sofrimento é causado pelos preconceitos e discriminações sofridos inclusive pelas próprias pessoas que oferecem esses atendimentos distorcidos, permeados por julgamentos morais

PATHOS / V. 07, n.01, 2021 135

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