Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 9º Volume | Page 39

PATHOS / V. 09, n.02, 2019 38

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Notas

1 - Refiro-me ao professor que não tem formação em magistério, mas que entra em sala de aula com a bagagem adquirida na própria experiência de vida.

2 - No sentido de visão de mundo, da relação do homem com a natureza.

3 - Ser humano na língua Xavante.

4 - Centro da aldeia, centro de discussão.

5 - Temos dificuldade para contar o tempo. Pensamos o tempo como cotidiano. Temos marcadores de tempo como o canto dos pássaros, o ciclo de permanência do sol durante o dia e das estrelas as constelações, e da época de chuva (tsiruru). Tempo na nossa interpretação é o dia-a-dia da aldeia, que está no espaço e esse tempo é calculado pelo ciclo lunar, tempos de sequencias prolongadas em meses. O dia-a-dia é calculado pelo movimento do nascer e do pôr do sol, e o que se consegue realizar dentro desse período. As pausas do dia são determinadas pela localização do sol e pelo calor. O dia é dividido em matutino e vespertino. As atividades são apropriadas para cada período do dia. Por exemplo: aquelas que exigem maior desgaste físico, acontece pela manhã. As mulheres no período da manhã se dedicam às atividades de mais exigência física: buscar lenha etc, no período da tarde se dedicam mais aos cuidados dos filhos e dos netos. As atividades escolares são mais frequentes de manhã. O tempo limitado da escola influencia no comportamento, no jeito dos jovens. Nosso cotidiano está dentro do horário definido da escola. O tempo definido para o I ciclo está adequado para as crianças pequenas, mas para os demais não. Precisamos discutir com os mais velhos e com a comunidade toda, sobre a melhor proposta para atender a todos.

6- A pedagogia Xavante busca ensinar as crianças pela experiência e observação, por isso levamos as crianças para participarem das atividades do dia a dia de nosso povo.

7- Povo verdadeiro, autêntico.

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

Tsereshi'ru, Xisto. (2019). O povo Xavante e sua luta por um sistema de ensino de qualidade diferenciada. Pathos: Revista Brasileira de Práticas Públicas e Psicopatologia, v.9 (2), 33-38.

RECEBIDO: 26/03/19

APROVADO: 25/04/19