O desmonte e a precarização do Estado de Direito configuram-se como ameaça à provisão de um ambiente sócio-cultural e político-econômico que, minimamente, sustente as condições para a vida. Política e direitos humanos são temas pertinentes ao escopo da Revista Pathos por não estarem dissociados da vida e da produção da subjetividade humana.
Nessa esteira, compreendemos que seria de suma importância uma edição da Revista dedicada a uma população que enfrenta inúmeras e sequenciais violações de seus direitos: os povos indígenas. Assim, nesta edição, a Pathos traz três relatos de prática de trabalhos desenvolvidos por três etnias, e que puderam falar sobre suas crenças e modos de vida.
No primeiro, Cauê Taiguara, índio Pataxó, apresenta sua experiência na área social com tribos do norte do estado do Paraná. No outro, Xisto Tsereshi'ru, índio Xavante do estado de Mato Grosso, fala de sua luta por um sistema de ensino que preserve e respeite a cultura de seu povo. O terceiro texto é apresentado por Andre Baniwa, no qual discute a experiência na construção de escolas, materiais didáticos e da geração de renda do povo indígena Baniwa e Koripako, localizados na região da tríplice fronteira do Brasil, Colômbia e Venezuela. A foto de capa e de contracapa é fruto do trabalho fotográfico de Rita Barreto com índios Kuikuro do Alto Xingu.
Além do caderno especial, este volume traz o relato de prática da Drª. Silvia Piedade, no qual discute o resultado de seu trabalho sobre as diferentes visões que crianças têm acerca do conceito de família e seus novos arranjos.
Na seção de artigos, a psicóloga Marina Rocha Lima discute a importância da existência de uma escuta clínica no trabalho psicoterapêutico desenvolvidos com adolescentes em conflito com a lei e privados de liberdade.
Desejamos a todos e todas uma excelente leitura!
Corpo Editorial
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PATHOS / V. 09, n.02, 2019 06