Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 8º Volume | Page 53

De forma sucinta esse grupo concebe a modernidade como um projeto da colonialidade, que invisibiliza e subalterniza epistemes outras, que não aquelas geradas no âmbito do eurocentrismo, gerando “epistemicídios”. Na tentativa de contrapor essa posição subalterna, esse grupo propõe um ‘giro epistemológico decolonial’, movimento este que busca descolonizar o ser, o saber e o poder.

Esperamos que este “giro” traga uma dialética – diálogo nas questões relativas ao conhecimento, pois a verdadeira mudança vem da divergência, da contradição e é preciso sair da zona do conforto se não quisermos a hierarquia do conhecimento nas Universidades.

Conhecimento com autoria na Universidade e o diálogo dos saberes

Para compreensão dos processos educativos formativos que apresentam objetivos em consonância ou não com a colonialidade é necessário, inegavelmente, entender as bases epistemológicas da teoria decolonial. Nesse sentido, ao compreender, que apesar do Grupo Modernidade/Colonialidade ter surgido em tempos históricos recentes, em meados da década de 1990, faz-se necessário pesquisar estudos anteriores que fundamentaram os estudos decoloniais, sobretudo aqueles denominados estudos pós-coloniais.

Para alcançar as discussões que essa pesquisa intenta desenvolver é preciso entender a perspectiva do conhecimento complexo, da interculturalidade crítica, da pedagogia decolonial, da ecologia dos saberes, da epistemologia pós-abissal5 e da valorização da pluriepistemologia. Só assim conseguiremos entender as relações de proximidade dos processos educacionais com a (de)colonialidade.

O conhecimento nas Universidades deveria ter como princípios curriculares a transdiciplinaridade e a interculturalidade dos saberes; não apenas como tendência pedagógica, mas sim como obrigação curricular, seja em espaços formais de ensino ou informais (Castro-Gómez, 2007). Deste modo, tornar-se de extrema importância o estudo de autores que permitirão verificar as bases teóricas nas quais alguns cursos nas universidades assumiram como princípios, pois o tema contextual, cultura e interculturalidade é parte integrante do currículo formal e consequentemente destes princípios. Educação, formação, complexidade, interculturalidade, (de)colonialidade, são conceitos que deverão constar da base teórica do trabalho, dada a implicação ética envolvida nesses saberes.

PATHOS / V. 08, n.01, 2019 52

Σ

Enfrentamento

Esperança

resistência

Amor

Felicidade

Acesso

Educação

Diversidade

Liberdade