PATHOS / V. 08, n.01, 2019 55
Σ
Saúde
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Proteção
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coletivo
Justiça
Empatia
a discussão das cotas logo suscitou o debate sobre o caráter excessivamente eurocêntrico das nossas universidades e da sua mentalidade colonizada de origem. (...) não seria de modo algum satisfatório implementar ações afirmativas para jovens negros e indígenas sem, paralelamente, mudar o currículo colonizado, racista, branqueado que vem se repetindo cronicamente em todas as nossas instituições de ensino superior. Podemos qualificar, então, de cotas epistêmicas o atual movimento do encontro dos saberes, que promove a inclusão dos mestres e mestras dos nossos povos tradicionais – como professores das universidades em matérias regulares, com a mesma posição de autoridade dos docentes doutores (Carvalho, 2018, p.80).
O olhar colonial sobre o mundo obedece a um modelo epistêmico implantado pela modernidade ocidental que Castro-Gómez denomina de “Hybris do ponto zero”. Trata-se da reprodução do pensamento disciplinar, cercado por grades (no sentido literal e curricular), a partir de uma organização arbórea da sua estrutura pautada na colonialidade do ser, saber e do poder, na qual não há espaço para um rompimento e implantação de novos paradigmas. O pouco rompimento que existe ainda é precário.
Mas, então o que seria decolonizar a Universidade na América latina, pensando na defesa do conhecimento com autoria? Seria o intercâmbio cognitivo entre a ciência ocidental e formas pós ocidentais de produção do conhecimento. Existe na ciência paradigmas do pensamento alternativo que rompem com a colonialidade do poder impulsionada pela “hybris do ponto zero”. A universidade está sendo desafiada por um paradigma emergente que começa a golpear as portas da Universidade (paradigma do pensamento complexo).