Introdução
Desde seu início em 2006, o serviço de psicoterapia tem enfrentado diversos desafios, como sua própria aceitação no espaço institucional, além da compreensão restrita de seus objetivos por parte dos centros socioeducativos, gestores e Poder Judiciário. Neste período de intensa construção de seus propósitos e identificação de seus limites, armadilhas são colocadas constantemente, exigindo posicionamento crítico dos psicólogos diante de questões como: a quem serve a psicoterapia, qual seu lugar dentro da configuração institucional e como responder às demandas de outras instituições e grupos que, com insistência, almejam agregar outros sentidos para a psicoterapia.
O espaço de proteção dentro da instituição
Por exemplo, muitos internos escondem aspectos de sua vida familiar e de seus projetos para a equipe de referência2 , no intento de transmitir uma imagem positiva que resulte numa desinternação mais rápida. A construção de discursos padronizados como “quero trabalhar e estudar”, “parar de dar desgosto a minha mãe”, não raro, podem ser exemplos da obliteração de seus desejos em proveito de objetivos bastante díspares.
PATHOS / V. 07, n.04, 2018 09
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