Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 6º Volume | Page 51

Além disso, os histéricos agirão como se estivessem sabotando o próprio desejo, de forma a nunca entrar em contato com ele, como defende Freud (1892-93/ 1996) ao descrever que os pacientes poderiam ser incapazes de fazer o que mais desejam de forma ardente; fazer o oposto do que lhes foi solicitado e até mesmo destratar as coisas que mais dão valor.

A pessoa histérica vai sentir-se injustiçada por não ter tido o falo e vai acreditar que outra pessoa o possui, como se tivesse sido tirado dela. Há uma sensação de que o outro possui algo a mais, então, coloca-se a serviço deste, passando a desejar o desejo do mesmo, como consequência, abdica de seu próprio desejo, o que seria mais uma questão para mantê-lo inacessível, além disso, seria uma forma de evitar entrar em contato com a castração, ou seja, de que existe uma falta. (Pereira & Scapin, 2015).

Sendo assim vai achar que nunca será o suficiente, devido à grande demanda que impõe, resta um sentido de que sempre haverá algo melhor a se encontrar, e deixar com que esse desejo permaneça insatisfeito é fazer com que ele sempre exista, pois uma vez realizado, a sua não existência, significa uma morte (Simões, 2007).

Esta insuficiência parece denotar relação ao amor infantil que não aceita menos que tudo, e que é, portanto ilimitado, como descreve Freud (1930-1936/ 2010): não haveria a possibilidade de obter uma satisfação completa, o que poderia gerar um desapontamento.

Objetivos

Objetivo Geral: a partir de uma revisão bibliográfica constatar e ampliar a teoria baseando-se em um estudo de caso.

Objetivos Específicos: construir um apanhado histórico e teórico; verificar, a partir da base psicanalítica, as principais características e estrutura da histeria; relacionar os dados teóricos à prática de intervenção clínica.

PATHOS / V. 06, n.04, 2018 50

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