Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 6º Volume | Page 49

A fase fálica e o Édipo: Freud (1940 [1938]/ 1996) explicará que ela corresponde à forma final assumida pela vida sexual de que o menino começa a executar algum tipo de fantasia em relação à mãe, ao manipular o pênis embora tenha a ameaça da castração, enquanto que a menina vivencia a ausência de pênis, no sentido de já ser, de certa forma castrada.

Para justificar as ideias acima, Chemama (1995), dirá que em relação ao menino, há uma relação ambígua com o pai de identificação primária e sentimentos hostis e de rivalidade também, enquanto que com a mãe estabelece-se uma relação de investimento libidinal.

A menina também tem como primeiro objeto de amor, a mãe, porém, se desligaria desta ao culpá-la por ter nascido mal provida (por não possuir o pênis), portanto substitui sua inveja do falo pelo desejo de ter um filho, então se identifica com a mãe para poder tomar o seu lugar; passa a ter o pai como objeto de amor e começa a odiar a mãe. (Chemama, 1995)

DeMiguelez (2012) dirá que a castração na menina poderia seguir outros caminhos de forma a se dirigir ao campo das criações artísticas e culturais, a realizações pessoais, profissionais e também econômicas, embora Freud (1930-1936/ 2010) defenda que durante a análise, muitas mulheres terão o intuito de encontrar o falo de outras formas sublimadas, como o anseio por ascensão profissional.

Fiorini (2014) não excluirá a possibilidade de a mulher suprir seu desejo pelo falo, com o nascimento de um filho, mas também defende que essa não é a única opção, pois identificará o falo como um símbolo de poder que circula entre sua potência, desejo e falta.

A menina, além de culpar à mãe por não ter lhe dado um pênis, pode culpá-la por não tê-la amamentado o suficiente, devido a sua grande e insaciada voracidade, além de ter tido que compartilhar o amor da mãe com um terceiro (a figura do pai). (Freud, 1930-1936/ 2010)

A Castração: De acordo com as ideias de Chemama (1995), o complexo de Édipo deve ser destruído pelo complexo de castração que inibe a relação incestuosa, e, segundo Ávila e Terra (2010), a má solução dada ao Édipo poderia ser uma disposição à histeria e para esclarecer este argumento, descrevem que ocorre: “... uma desvinculação incestuosa malsucedida com o genitor amado – que leva a conflitos na vida adulta, relacionados à esfera do impulso sexual e organização da personalidade do indivíduo” (p. 337).

PATHOS / V. 06, n.04, 2018 48

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