Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 6º Volume | Page 47

INTRODUÇÃO

O comportamento histérico foi por muito tempo considerado uma questão sobrenatural que exigia tratamentos à base de purificação divina. Como abordado por Paiva (2000), as histéricas eram submetidas a queima em fogueiras e acusadas de bruxaria. Felizmente após avanços na ciência, a histeria ganhou outro olhar, até chegar ao entendimento de que viria de uma questão de cunho sexual, defendida por Freud, como descrito pelos autores Alonso e Fuks (2012).

Alguns teóricos atribuíam a histeria a uma questão provinda do útero, o que predominava como uma patologia exclusivamente feminina. Hipócrates indicava como tratamento preventivo: o casamento para as moças, o ato de coito para as mulheres casadas e a gravidez para as mulheres viúvas. (Alonso & Fuks, 2012).

Uma das formas de tratar a histeria era o método hipnótico, no qual consistia basicamente em levar o paciente a um estado de divagação. Engajado por Jean - Martin Charcot, o método agia pela sugestão e favorecia a importância do outro para o histérico. (Maurano, 2014)

Após abdicar ao método de Charcot, Freud conceitua a histeria como uma doença psíquica de etiologia sexual que viria em resposta a um desejo que precisou ser reprimido por não ser aceito em relação às questões morais e estéticas da personalidade da pessoa. (Freud, 1910 [1909]/ 2013).

Baseando-se nestes preceitos, foi feita uma análise de orientação psicanalítica com constatações teóricas, intercaladas entre a visão clássica de Freud e novos estudos, sobre o estudo de caso de uma mulher de trinta e oito anos de idade que chega à clínica-escola de uma universidade de Psicologia com a queixa de sintomas de ansiedade, depressão e sintomas psicossomáticos, como infarto, sensações corporais, tosse e calor excessivo. A seguir, conceituação da neurose.

PATHOS / V. 06, n.04, 2018 46

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