Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 6º Volume | Page 30

Considerações Finais

Este trabalho serviu de ensejo para a autora entrar em contato com a teoria lacaniana da psicose. Um tema complexo e, até então, desconhecido. Entretanto, no decorrer da pesquisa e da escrita deste trabalho, conceitos e articulações teóricas complexas foram sendo diluídas e, dessa forma, compreendidas. O caso atendido foi ganhando luz, ampliando a reflexão sobre os aspectos envolvidos naquilo que compete ao sofrimento humano.

Para finalizar, gostaríamos de abrir um pequeno parênteses a título de ilustração e síntese: Quando do início deste trabalho, a autora pensou em que nome fictício escolheria para substituir o nome real do paciente citado no caso. O primeiro nome que lhe veio à cabeça foi Apolo. Naquele momento ela não se recordava sobre quem havia sido a tal divindade na história da mitologia. Mas o nome ficou.

Pouco antes de concluir o trabalho, a autora decidiu pesquisar o significado do nome, pois acreditava que havia escolhido aleatoriamente. Para sua surpresa, a escolha mostrou-se apropriada. Apolo foi uma das principais divindades da mitologia grega romana, filho de Zeus e Leto, irmão gêmeo de Artemis. Era conhecido como o deus da divina distância, que ameaçava ou protegia (revelando um caráter persecutório), que presidia sobre as leis da religião (aquele que tudo sabe, tudo é, porque não é castrado) e as constituições das cidades. Era o deus da morte súbita, das pragas e doenças (a psicose como protótipo da loucura enquanto demoníaca ou contagiosa), mas também o deus da cura e da proteção contra forças malignas (aquela da loucura reverenciada, tida como deusa).

PATHOS / V. 06, n.04, 2018 29

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