Lisa, minha paciente, lembra-me da importância disso. Ela tentou suicídio depois de debater-se com desânimo, confusão, irritabilidade e insônia no pós-parto, sendo tratada com Paxil. Dentro de duas semanas, ela já tinha escrito uma mensagem de suicídio e estava planejando saltar do topo de seu prédio de 16 andares em Nova York. Ela me disse: “isso fazia todo sentido”. Desde a descoberta de sua carta, uma hospitalização e a troca para sertralina, ela tem estado sob meus cuidados, e nós fizemos o desmame da medicação e a diagnosticamos com tireoidite de Hashimoto - uma condição autoimune que é comum no período pós-parto - que muitas vezes leva a considerável mudança de humor e a sintomas cognitivos que podem ser colocados em remissão por meio de alterações no estilo de vida e alimentação. Antidepressivos nunca foram o tratamento adequado para ela e isso poderia ter custado a sua vida.
É hora de uma nova abordagem para a complexidade da doença mental e suas muitas origens reversíveis, desde o fisiológico até o psicossocial. Infelizmente, as opções de tratamento farmacêutico disponíveis, tipo tamanho-único, podem ser responsáveis por conduzir ao próprio problema que alegam tratar e prevenir.
PATHOS / V. 06, n.04, 2018 13
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