Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 4º Volume | Page 8

Ainda no ano passado um grupo de alunos ocuparam sua escola em Diadema, e através disso vimos centenas de escolas ocupadas no estado São Paulo e assim no Brasil. O que não vem sido discutido pelos educadores, secretários de educação e tantas outros que ainda não viram o que simboliza todas essas ocupações.

Pessoalmente pude estar rodando pelo Brasil em diversas dessas ocupações e vindo da experiencia de ocupar minha escola na periferia de Mauá, região metropolitana de São Paulo. O que vi foi um novo modelo de educação, os estudantes estão sobrecarregados desse modelo: a educação não evolui, não inova, ainda exclui os relacionamentos, como é o desejo dos patrões nas fábricas.

Anos se passaram e ainda vemos alunos um olhando pra nuca do outro, punidos se conversam. Nas ocupações eles encontraram o modelo, aprender com o outro, as aulas eram com todos juntos, podiam perguntar quando quisessem questionar aquilo.

Ir além do conteúdo, trouxe a muitos desses jovens inclusive a mim força e vontade de se descobrir negro, mulher, LGBT e tantos outros que conseguiram se aceitar e se emponderar. Enquanto a educação não discutir as questões da sociedade, vamos continuar vendo o bulliyng traumatizando muitos adolescentes pois não são discutidas as diferenças, somente o modelo do colonizador e se a criança não estiver nos padrões, você vai encontra-lá em seu consultório.

PATHOS / V. 04, n.02, 2016 07

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