Estamos vivendo hoje grandes transformações dentro do contexto familiar. Inúmeros modelos vem surgindo a cada dia, o que tem demandado de todos nós um olhar que busca sentido e questiona a supremacia do modelo nuclear tradicional, defendido hoje no senado através do Projeto de Lei do Estatuto da Família. O presente trabalho tem como objetivo investigar a formação do conceito de papéis sociais e gênero na criança inserida no contexto homoparental. Para tal foi realizada uma pesquisa com um casal homoafetivo e seus filhos adotivos, utilizando entrevista semi-dirigida com os pais e aplicação de Desenho de Família com Estória nas crianças (Trinca, 1997).
Palavras-chave: família homoparental, homoparentalidade, papéis sociais, papéis de gênero.
PATHOS / V. 04, n.02, 2016 17
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1 - INTRODUÇÃO TEÓRICA
O presente trabalho tem como propósito contribuir para uma melhor compreensão da família homoparental e a constituição de papéis sociais e gênero, levando em consideração que estamos diante de novas configurações familiares, o que tem gerado discussões e estudos referentes ao que compõe e pode ser nomeado como família. Segundo o Estatuto da Família, de 2013, Art.2º: “Para fins desta Lei, define-se entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.”
Contudo, atualmente nos deparamos com novas composições para o que define-se como “família”, que segundo dados do IBGE foram encontrados em 2011 dezenove modelos.