(...) que a introdução da pulsão de morte, assim como os avanços teóricos na compreensão do trauma, além de conferirem à alteridade um papel estratégico no gerenciamento pulsional, abrem todo um campo de possibilidades para se pensar o irrepresentável no interior da metapsicologia. Ora, admitindo a possibilidade de que nem sempre o corpo biológico está vinculado a um sistema significante, abre-se igualmente a possibilidade de pensarmos certos sintomas presentes nos transtornos alimentares, tais como a motricidade impulsiva, a impulsão bulímica e os vômitos, como fruto de uma descarga, fruto de um excesso que atravessando o aparelho psíquico não se organiza necessariamente a partir da lógica da representação (Fernandes, 2006: 179)
Mas o que apontamos acima é apenas uma sinalização para um próximo diálogo entre a clínica e a teoria.
REFERÊNCIAS
Abraham, N; Torok, M. A tópica realitária, notações sobre uma metapsicologia do segredo. In: Abraham, N; Torok, M. A casca e o núcleo. São Paulo: Escuta: 1995 p. 243 -257.
Abraham, N; Torok, M. Luto ou Melancolia. In: Abraham, N; Torok, M. A casca e o núcleo. São Paulo: Escuta: 1995 p. 243 -257.
BLEICHMAR, S. A fundação do inconsciente: destinos de pulsão, destinos do sujeito. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
Fernandes, M. H. Transtornos alimentares. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006 cap. 5.
Freud, S. (1915) Pulsões e destinos das pulsões. Escritos sobre a psicologia do inconsciente Rio de Janeiro: Imago Ed, 2004. Vol I.
Freud, S. (1917) Luto e melancolia. Escritos sobre a psicologia do inconsciente. Rio de Janeiro: Imago Ed, 2004. Vol I.
Laplanche, J. Vocabulário de psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Mezan, R. Do auto-erotismo ao objeto: a simbolização segundo Ferenczi In: Mezan, R. Interfaces da psicanálise. São Paulo: Companhia das letras, 2002 p. 151 – 172.
Moreno, M. M. A. Trauma: o avesso da Memória. Rio de Janeiro: Agora: 2009.
Penot, B. Figuras da Recusa: aquém do negativo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. Prólogo p. 9 – 12.
NOTAS
1 Este acolhimento foi feito em um Posto de Saúde da Região Metropolitana de Belo Horizonte em 26/05/03
2 Diferentemente de uma passagem em “Pulsões e Destino das Pulsões” (1915) na qual Freud diz explicitamente estar usando o termo introjeção em bases ferenczianas: “(...) Na medida em que os objetos externos oferecidos sejam fontes de prazer eles são recolhidos pelo Eu, que os introjeta em si (de acordo com a expressão de Ferenczi [1901], e invervsamente, tudo aquilo que em seu próprio interior seja motivo de desprazer o Eu expele de si” (p. 158)
PATHOS / V. 03, n.02, 2016 16
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