Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 3º Volume | Page 12

E acrescenta que o “termo ‘introjeção’ é mais amplo: já não é apenas o interior do corpo que está em causa, mas o interior do aparelho psíquico, de uma instância, etc.” (p. 209)

Esta distinção entre incorporação e introjeção não é clara na obra freudiana, fazendo menção dos dois termos sem, na maioria das vezes, fazer uma delimitação conceitual. Este será um ponto determinante no trabalho de Abrahman e Torok (1995) para o qual chamaremos a atenção a seguir.

4 - Incorporação o impossível da introjeção: contribuições de Abraham e Torok

(...) a fantasia é essencialmente narcísica: mais do que atentar contra o sujeito, ela tende a transformar o mundo (Abraham e Torok, 1995: 244)

A fantasia de incorporação denuncia uma lacuna no psiquismo, uma falta no lugar preciso em que a introjeção deveria ter ocorrido (Abraham e Torok, 1995: 245).

As contribuições do casal Abraham e Torok (1995) nos remetem a uma ampliação da concepção da incorporação na medida a concebem e promovem desdobramentos se contrapondo ao conceito de introjeção forjado por Ferenczi.

PATHOS / V. 03, n.02, 2016 11

"A fatalidade da incorporação está no indizível da perda, na impossibilidade da narrativa, nas palavras, cenas e lágrimas que “foram postas em conserva”, “engolidas”, boca cheia de palavras que não puderam ser ditas, por

serem inconfessáveis."

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