Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºb Volume | Page 79

Considero que o foco em políticas públicas que visam a face econômica não democratiza o acesso cultural de grupos sociais de baixa renda, pois é preciso enfrentar desafios como analisou Botelho (2001) em pesquisas que apontaram sobre os entraves básicos a um maior consumo cultural. Não será a redução de preços ou até mesmo a gratuidade completa que alterará as desigualdades culturais. A partir disso, foi possível mensurar um desafio a ser vencido, pensando em democracia cultural, não mais em democratização cultural, ampliando assim a possibilidade e o alcance das políticas públicas de cultura e assegurando o direito de manifesto cultural de todas linguagens.

No decorrer do trabalho, foi observado que tanto a cultura como a arte, devem ter um papel conjunto no protagonismo das mudanças essenciais para alcançar equidade cultural e justiça social. Falar em equidade e justiça é pensar em garantia de direito e oportunidade para todos, em diferentes contextos e de forma articulada.

Torna-se necessário o fortalecimento da política; sendo um espaço de diálogo e construção. Educação; como formação do conhecimento e prática de ensino. Cultura; como compreensão simbólica e a arte como ferramenta de transformação.

É por meio da ciência que podemos identificar os grupos que têm maior frequência em atividades culturais. Toledo (2014) constatou que a participação diminui conforme a classe social do indivíduo, para isto foi analisado dados de uma pesquisa que entrevistou pessoas de 21 cidades, pelo estado, com mais de 100 mil habitantes. Foi possível identificar que moradores de Guarulhos e Diadema, são o público que mais frequenta as atividades culturais na região central do estado. Apontando para mais um desafio a ser vencido, a descentralização das atividades culturais na capital do estado.

A compreensão dos elementos discorrido nessa produção, servem como base para os pesquisadores pensarem de forma criativa ações transformadoras dos reflexos que se acentua de maneira negativa no desenvolvimento social, como a violência, a desigualdade e o desamparo. Percebo que a psicologia tem muito o que contribuir enquanto ciência e prática profissional, na formulação de pesquisa e gestão de projetos, integrando práticas e setores públicos, no acompanhamento e na gestão compartilhada de aplicação das atividades culturais, assim como as políticas de educação, saúde, turismo, entre outras.

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PATHOS / V. 11, n.01, 2020 78