Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºb Volume | Page 72

A face cidadã entende cultura como um direito básico do cidadão. Assim, é preciso incentivar e garantir que os brasileiros participem mais da vida cultural, criando e tendo mais acesso a livros, espetáculos de dança, teatro e circo, exposições de artes visuais, filmes nacionais, apresentações musicais, expressões da cultura popular, acervo de museus, entre outros. A face econômica envolve o aspecto da cultura como condutor no crescimento econômico por meio da arte. Para isso a cultura é entendida como um lugar de inovação e expressão da criatividade fazendo parte do novo cenário de desenvolvimento econômico, sustentável e socialmente justo no desenvolvimento Sociodemográficos da população.

Cabe as políticas públicas de cultura e arte, assim como a psicologia, pensar na pessoa humana em sua totalidade e nas suas possibilidades de desenvolvimento pleno, seja ela de forma singular ou em grupos e/ou tribos, como centro de suas ações, indo para além da questão econômica, que por vez limita a cultura e enfraquece os investimentos em atividades de formação, produção e circulação da cultura e arte.

Coloca-se como hipótese que muitas são as marcas na vida de um cidadão que vive sob uma cultura articulada com as linguagens artísticas, refletindo significativamente na sociedade, acentuando a humanização nas relações e atenuando a violência e o adoecimento psíquico e social. Trazer para o centro das discussões as faces culturais e seus impactos psicológicos consiste diretamente na maneira que os indivíduos se desenvolvem. Portanto, é considerado que uma sociedade não elaborada no sentido de facilitar o acesso à cultura e arte, pode gerar retrocessos como reflexo.

Iniciamos o artigo apresentando a psicologia iniciando seus discursos e deliberações sobre políticas públicas em 1998 com a preocupação sobre o futuro da profissão e da inserção profissional. O sistema conselho, de 2007 a 2016, elaborou documentos de políticas públicas e psicologia, para informar e orientar os profissionais e o público atendido sobre as práticas administrativas e técnicas pertinentes aos psicólogos, bem como seminários para discussão com a classe e que foram registrados pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP).

PATHOS / V. 11 n.01, 2020 71

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