Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºb Volume | Page 20

A forma naturalizada como nossa sociedade encara a inexistência ou insuficiência de acesso, para filhos(as) da classe trabalhadora empobrecida, aos direitos sociais previstos na Constituição Federal (1988) e sistematizadas na Lei 8069/90 - Estatuto da Criança e do adolescente - ECA seja pela indiferença às crianças e adolescentes em situação de rua; à admiração pelo trabalho infantil; ao medo da mendicância nos faróis; a admiração por ações violentas da força policial a estes grupos; a insensibilidade à fila de crianças que esperam pela adoção tardia; dentre outras formas de não estranhamento ao lugar que historicamente corpos negros ocupam em nossa sociedade, também manifesta quanto o racismo é regra e não exceção (Almeida, 2018).

O racismo é uma decorrência da própria estrutura social, ou seja, do modo “normal” com que se constituem as relações políticas, econômicas, jurídicas e até familiares, não sendo uma patologia social e nem um desarranjo institucional. (Almeida, 2018, p. 38, grifo do autor).

PATHOS / V. 10, n.03, 2019 15

Σ

FOTO: Melk Hagelslag por Pixabay.