Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºb Volume | Page 115

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PATHOS / V. 11, n.01, 2020 114

Mediante a isso, convocamos o poder público e político a se aproximarem da situação atual no que se refere a saúde pública e bem estar social. Que a empatia possa se fazer presente em momentos de tanto terror, momentos esses por vezes desprezados cruelmente por aqueles que mais deveriam se preocupar. O sentimento de morte não se finda no leito de um hospital ou na cova de um cemitério, ele é eternizado e perpetuado mediante o desamparo, pautando em manifestações desprezíveis e antiéticas por parte de certas personalidades políticas. Tal cenário nos convoca a partir dessas poucas palavras a repudiar tal manifestação desumana.

Terminamos essa nota com força de manifesto, como um ato ético-político através das palavras de Freud, acreditando que mesmo mediante tamanha violência social vivida em nosso amado Brasil, em que somos convidados a morrer também enquanto cidadão de direitos, informamos à todos que jamais iremos nos findar, e que mesmo mortos, permaneceremos vivos como resistência e memória.

De fato é impossível imaginar a própria morte e, sempre que tentamos fazê-lo, podemos perceber ainda que estamos presentes como expectadores. Por isso, a escola psicanalítica pode aventurar-se a afirmar que no fundo ninguém crê em sua própria morte, ou dizendo a mesma coisa de outra maneira, que no inconsciente cada um de nós está convencido de sua própria imortalidade (Freud, 1915, Obras Completas, p. 317).

Nossos sinceros sentimentos...

Equipe Revista Pathos