Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºb Volume | Page 108

A PERSPECTIVA DE CRIANÇAS DE 04 A 11 ANOS ACERCA DA PANDEMIA DO COVID-19

No próximo volume da Revista Pathos - Edição Especial COVID-19 (previsão – agosto/2020), apresentaremos uma pesquisa desenvolvida por nós envolvendo a percepção das crianças acerca do fenômeno da pandemia do Corona Vírus. O presente estudo teve como objetivo levantar qual o impacto da pandemia do COVID-19 nas crianças. A pesquisa apresenta como objetivos específicos a análise do universo infantil e os recursos de enfrentamento emocional mediante o momento atual vivenciado, bem como, qual a ideia que permeia o enfrentamento da doença a partir do psiquismo das crianças no que tange o campo das fantasias infantis.

O desenho metodológico pautou-se no procedimento de coleta de dados denominado: Discurso do Sujeito Coletivo – (DSC), desenvolvido pelo pedagogo Drº Fernando Lefévre, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP-SP (Levrefe, F., 2000). O procedimento envolveu a elaboração de uma pergunta-chave a ser respondida pelas crianças envolvendo a temática do COVID-19. Nossa preocupação foi elaborar um pergunta que não promovesse sofrimento e mobilização nociva nas crianças participantes, pelo contrário, nosso intuito foi o de que as crianças conseguissem participar da pesquisa de forma leve e descontraída, como uma espécie de brincadeira de “faz de conta”. Mediante esse cuidado, desenvolvemos então a seguinte pergunta: 1) Se você tivesse super poderes o que você faria para acabar com o Corona Vírus?

A coleta privilegiou considerar a resposta de cada criança na íntegra, podendo conter erros de concordância e gramaticais, bem como neologismos. A amostra de participantes até o momento permeia o montante de aproximadamente 150 crianças, todas brasileiras, de 04 a 11 anos, de ambos os sexos, de diferentes raças, contextos familiares, classes socioeconômicas e localidades de residência. Vale ressaltar que algumas crianças participantes residem em outros países como Argentina e Portugal, contudo, mais de 95% das crianças são residentes do Brasil em diferentes cidades e estados. Outro dado relevante é que parte da amostra dos participantes foi compreendida por crianças acolhidas institucionalmente, residentes de abrigos - SAICAs (Serviços de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes).

PATHOS / V. 11 n.01, 2020 107

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