Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºb Volume | Page 106

Pesquisa de autores da Pathos

Esta pesquisa reúne informações sobre alguns aspectos do perfil dos autores que já publicaram nos volumes da Revista Pathos no período entre maio de 2015 e maio de 2020. Tal estudo tem por objetivo trazer conteúdos que poderão servir de base para a reformulação da política editorial da revista. Ele nasce de nossa indagação acerca de quem eram os profissionais que procuravam nossa revista ao longo de seus cinco anos de existência e, caso fosse necessário, que ações poderíamos implementar para atingir os profissionais que estão na linha de frente, mas ainda não contemplados com a publicação de seus trabalhos.

Concomitantemente, pensando na perspectiva dos direitos humanos, pretendemos ser uma revista que possa privilegiar àquelas pessoas que tradicionalmente estão fora do metiê de publicação, em sua maioria pretas, indígenas, LGBT+, e autores fora da região sudeste e zonas metropolitanas do país. Acreditamos que essas pessoas também reúnem conhecimentos, pesquisas e práticas significativas que nos interessam. Entendemos, com isso, que a Pathos pode ser um instrumento interventivo ao criar condições equitativas para que a pluralidade que nos define enquanto brasileiros, esteja sempre presente em nossas páginas.

Pretendemos, então, engendrar enfrentamentos ao modelo de dominação e poder que, por vezes, se estende ao universo acadêmico-técnico-científico, o qual se ancora no estereótipo do colonizador "caucasiano, masculino, heterossexual, europeu, judaico-cristão", bem como aos padrões sociais enrijecidos acerca da educação, religiosidade, matrimônio e família (LOUZADA, 2017. p 100). Esse ideal eurocêntrico-colonizador descaracteriza e desconsidera "as formas de produção de conhecimento dos colonizados, seus padrões de produção da subjetivação de sentidos, seu universo simbólico, seus padrões de expressão e de objetividade" (QUIJANO, 2005, p. 121).

Assim, acreditamos que os resultados dessa pesquisa podem ser fontes de inspiração para mudanças em nossa atuação, no que concerne a busca por autores, práticas e textos que nos rincões desse Brasil e nos escondidos das comunidades urbanas demandam por escuta.

No que compete ao método, criamos um formulário semi-estruturado, com questões de múltipla escolha, na ferramenta da web intitulada Google Forms. O questionário abordou características sociodemográficas, como por exemplo, idade, sexo, gênero, grau de instrução, região do país que reside, se a formação profissional se deu em escola/universidade pública ou privada, área de atuação, entre outras. O objetivo é que tal instrumental pudesse trazer um recorte inicial do perfil dos autores que publicaram textos na revista.

PATHOS / V. 11 n.01, 2020 105

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