Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºb Volume | Page 101

Diante do impacto da situação tivemos que tomar uma decisão rápida. O primeiro passo foi buscar o meu próprio centramento e a partir dele achar saída para situação: decidi manter a meditação inicial com todo o grupo e, em seguida dividi-los em outros dois que alternariam a vivência, enquanto que a metade pintaria mandala com o suporte da equipe de apoio, e a outra metade faria vivência corporal. Para isso foi fundamental sentir que podíamos contar com uma equipe coesa, que se mostrava disposta a estar ali “pro que desse e viesse”.

O segundo passo que sinto ter sido fundamental foi o de oferecer escolha para cada jovem que estava ali presente. Eles ainda estavam muito excitados e, somado ao calor excessivo desse dia, o ambiente não estava nada propício para meditar. Então, chamei o grupo e falei que a maior vivência de meditação é a de estarmos presentes na escolha que fazemos e que cada um ao fazê-la, independente de ficar naquela sala ou não, já estaria assumindo uma postura mais meditativa, condizente a esse processo de escolha. Falei que não haveria certo ou errado. Eles tinham a opção de permanecerem e se aquietarem naquela sala, de irem assistir os seminários na outra, de irem para o corredor ou outro lugar que desejassem. Depois, dei um breve tempo e repeti novamente a proposta. Umas 3 ou 4 pessoas saíram e a grande maioria decidiu ficar.

Mandalas confeccionadas na oficina

PATHOS / V. 11, n.01, 2020 100

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