Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºa Volume | Page 94

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PATHOS / V. 11 n.01, 2020 93

São oriundos de famílias fragilizadas (nos mais diferentes graus e aspectos) ou encontram-se em situação de institucionalização em Serviços de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA), antigamente nomeados de abrigos e/ou Serviços de Medida Socioeducativa (SMSE) serviços que acompanham adolescentes em conflito com a lei. As práticas terapêuticas são baseadas a partir da concepção de que o letramento é a inserção e participação ativa na cultura escrita.

Trabalhar com o objeto de dificuldade percebida por nossos adolescentes é um desafio e uma busca constante de recursos lúdicos e outras fontes no multiletramento, que é a articulação de diferentes linguagens. É estar ali para acolher; é estar ali para compreender que os comportamentos ora de esquiva, ora de agressividade, são direcionados para as dificuldades e que você é apenas o mediador desta relação ainda conflituosa; é estar ali chamando pela resiliência, individual e coletiva.

Contar nossa experiência foi um convite para relembrar aos presentes, seja ele da área da saúde, educação ou do social, que muitas vezes precisamos ser fonte daquilo que os espaços que nossos adolescentes frequentam já não conseguem receber na medida necessária e equânime, que isso requer importante investimento dos profissionais de saúde mental.

Escolhemos compartilhar as atividades que se destacaram nos grupos durante o ano de 2019: jornal GLE (Grupo de Leitura e Escrita), leitura e reflexão escrita do livro Ledazeda, escrita de microcontos, “Setembro amarelo” e participação na mostra cultural QXT, como podemos ver na imagem a seguir:

Recursos de Multiletramento – Fonte: Autoras