Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºa Volume | Page 90

RODA DE CONVERSA: DIVERSIDADE E MASCULINIDADE

TÓXICA NA ADOLESCÊNCIA

ROUD OF CONVERSATION: DIVERSITY AND TOXIC MASCULINITY IN ADOLESCENCE

Maira Rodrigues da Silva1

Laís Sousa Mendes Amigo2

Adriana Vieira3

Morre filho de casal gay agredido em porta de escola.

Aluno Trans denuncia preconceito ao usar banheiro da escola:

“Senti que eu era um lixo”.

Mulher Trans é encontrada morta na Zona Leste.

Ambulante foi atacado ao tentar defender morador de rua homossexual.

Poderiam ser notícias inventadas ou, ao menos, exageradas. Mas não são. São fragmentos de notícias reais que abordam frase a frase o quão violento pode ser o preconceito direcionado à questão de gênero e sexualidade. O Brasil é o país que mais mata por motivações de gênero, o que, nos faz refletir sobre a necessidade de abordar a temática com adolescentes, os quais estão em processo contínuo de desenvolvimento emocional, social e cultural. Os adolescentes que se enquadram nas definições de LGBTQI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans, Queer, Intersex e demais) estão mais vulneráveis à violência física e verbal, as quais podem ocorrer, inclusive no ambiente familiar. Dessa maneira, entende-se que o acolhimento precisa ocorrer para além das próprias casas.

Entre as notícias no início desse relato, exemplifica-se uma forma de violência sofrida em ambiente escolar, local onde os adolescentes passam a maior parte do tempo e têm maior integração em seus grupos. Normalmente é na escola que ocorrem as primeiras manifestações de identidade grupal, o que torna necessário intervir para que o convívio entre eles seja embasado em compreensão e respeito, ainda que esse seja um longo caminho a ser trilhado, já que é nesse mesmo contexto escolar que surgem diversos episódios de bullying, por exemplo.

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PATHOS / V. 11 n.01, 2020 89