Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºa Volume | Page 84

UM RELATO SOBRE O II SIMPÓSIO DE SAÚDE MENTAL INFANTOJUVENIL: ADOLESCÊNCIA E SINGULARIDADES

A REPORT OF THE II SYMPOSIUM ON MENTAL HEALTH FOR CHILDREM AND ADOLESCENTS: ADOLESCENCE AND SINGULARITY

Patrícia Costa Jurado1

André Domicciano2

A prática diária com o adolescente nos desafia e se fez tema para nosso II Simpósio de Saúde Mental Infantojuvenil. Sentimos-nos provocados e convocados diante dessa temática: Como fazer dela teoria e prática em um só espaço?

Importante dizer que a idealização do Simpósio se deu dentro do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPS-IJ) em Perus-SP. E por que isso é importante? Porque estamos falando de um equipamento de saúde mental localizado em uma das regiões mais vulneráveis de São Paulo. Uma região, acima de tudo, afastada de polos culturais e acadêmicos, contando apenas com uma biblioteca e um Centro Educacional Unificado - mais conhecido por sua sigla CEU3, além da iniciativa de alguns coletivos artísticos, para absorver toda a demanda de um território extremamente populoso e vulnerável socioeconomicamente.

A ideia de um evento com ar acadêmico partir de um equipamento de saúde mental também é significativo. O modelo CAPS ainda é novo para uma sociedade que se acostumou com os manicômios e hospitais psiquiátricos, onde o “tratamento” pelo isolamento e violência (física, verbal, psicológica, moral, ética...) eram a regra. São pouco mais de 30 anos de luta e resistência para garantir um tratamento digno e humano a todos, dentro do convívio familiar (e não afastado dele) e com o principal objetivo de assegurar que estejam em trânsito no território (na escola, na rua, no shopping, no cinema...).

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PATHOS / V. 11 n.01, 2020 83