Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºa Volume | Page 77

Nussbaumer (2007) propõe uma reavaliação da identidade de cultura no Brasil, sendo a partir da percepção de autores que consideram as disciplinas, tempo e lugar da cultura. Assim como é percebido no desenvolvimento do discurso de autores já mencionados anteriormente. Vale destacar, a reflexão provocada por Burity (2007) sobre o lugar da cultura no fracasso das várias propostas de desenvolvimento em produzir resultados imediatos promovidos pelo efeito da face econômica do fazer cultural.

Bourdieu (2008) aponta para uma sociedade compreendida por meio de classes sociais, e revela que as classes estabelecem as distinções entre si, e que vão além do econômico ou que talvez o expressem em outro nível. Entende-se que o detentor do capital, é quem constitui a verdadeira classe dominante, porque o poder social detém o que é produzido.

Desde 1960 se tem uma separação em camadas dos hábitos culturais, especificando e configurando classes sociais por meio da estratificação social (Oliveira; Janoni; 2009, 2010). Janoni (2014) aponta que jovens com escolaridade e renda familiar acima da média da população é o perfil das pessoas que mantém a maior taxa de participação e consumo cultural no estado de são Paulo.

Barbosa (2014), menciona que é preciso se apropriar dos dados que revelam a desigualdade de participação, pois é compreendido que o acesso é determinante quando o indivíduo faz parte de grupos sociais com condições econômicas mais altas que o comum. Sua renda determina no aumento da probabilidade em ser um consumidor ativo do mercado cultural.

Ribeiro (2014) informa que no ambiente urbano é que se tem uma maior diversidade em atividades culturais, sobretudo, para os adolescentes e jovens que são 20% da população Brasileira (De 12 a 24 anos). O autor relata ainda que em São PAulo é nas zonas leste e sul o menor interesse, por outro lado, as regiões, centro e oeste há um maior interesse ao consumo cultural de cinema, festas populares, teatro, museu e concerto de música clássica.

Toledo (2014) da continuidade informando que, os dados da pesquisa, Datafolha revelam que moradores de Guarulhos, é o público que mais frequenta atividades culturais na capital e os números crescem conforme a escolaridade do indivíduo.

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PATHOS / V. 11, n.01, 2020 76