Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºa Volume | Page 49

Armar-se de Ciência até os dentes

Cheickh Anta Diop

Foi por inadequação eskolar na minha infância (ke só depois de muito tempo identifiko komo problemas gerados pelo racismo), ke minha mãe prokurando por soluções, enkontrou uma psikóloga negra (pessoa ke kompreendeu profundamente pelo ke eu estava passando).

Ela me receitou nada mais nada menos ke um kurso de desenho.

Foi na relação kom os desenhos ke aprendi a dar respostas, primeiramente pra mim mesmo, acerka dos desekilíbrios ke me afetavam. Aprendi ali a dissolver as profundas couraças ke os konflitos de klasse & o racismo inkrustavam nos meus nervos. Aprendi a konscientizar o ke me incomodava, o ke keria kontinuar eskondido, inkonsciente.

Logo em seguida veio o movimento punk, e a reboque, o anarquismo, que me ajudariam a assumir de uma vez por todas ke akele espaço de “aprendizagem”, rascista e klassista, não fazia nenhum sentido pra mim, e ke o úniko kaminho saudável nakele momento era o da fuga.

& foi o ke fiz:

O grupo de estudo gestionado por amigxs, de maneira kompletamente informal me deu melhor entendimento sobre os modos de funcionamento do mundo, da sociedade e de mim mesmo. Me armaram kom a krítika, tanto quanto me armaram kom a prátika.

O desenho foi uma ferramenta fundamental em quase tudo o ke fiz, me peguei em longa estrada komo retratista, pintei murais polítikos nos muros das cidades, pintei paisagens, quadros, ilustrei revistas… Do mesmo jeito ke me fortaleci através da pintura, também pude ajudar outras pessoas a se konhecerem melhor. Mergulhei na arte-terapia. E depois kansei…

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PATHOS / V. 11, n.01, 2020 48