Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºa Volume | Page 40

Em 2018, Ricardo Alexino Ferreira, Professor Associado (livre docente) da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e membro da Comissão de Direitos Humanos da USP, publica no Jornal da USP o texto “O sistema de cotas étnico-raciais adotado pela USP”. No texto, o professor aponta que após resistir por décadas à adoção do sistema de cotas raciais, a USP finalmente cedeu, em 2017, através das congregações das unidades e do Conselho Universitário, e introduziu políticas afirmativas na Fuvest 2018 e SISU. A votação no Conselho Universitário foi histórica, de 92 votos, 75 membros do Conselho Universitário disseram sim ao sistema de cotas.

Assim, 37% das vagas do vestibular da Fuvest 2018 foram destinadas aos alunos de escolas públicas, inclusive nos cursos mais concorridos, como medicina. A cada ano a reserva de cotas irá subir, até atingir a meta, em 2021, de 50% das vagas destinadas ao sistema de cotas. As vagas reservadas para Pretos, Pardos e Indígenas (PPIs) – termos que são designações do IBGE – serão proporcionais à presença desses segmentos no Estado de São Paulo. Assim, dos 37%, 13,7% serão reservados para Pretos, Pardos e Indígenas.

É importante ressaltar que apesar da progressão de aumento da reserva de cotas ser uma vitória, cerca de 50% da verba destinada às “Bolsas de Manutenção”, concedidas aos alunos de baixa renda para se manterem nos cursos sem precisar trabalhar, foram retiradas, tornando a vida acadêmica ainda mais complicada, pois precisam dividir seu tempo entre buscar os conteúdos que não possuem, acompanhar as matérias e trabalhar para se manter. Além disso, a nota de corte da maioria dos cursos também foi aumentada.

PATHOS / V. 11 n.01, 2020 39

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