Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 11ºa Volume | Page 114

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CONJUNTURA

Nossos Sinceros Sentimentos...

Em tempos tão difíceis, mediante a tantas perdas simbólicas e concretas, a Revista Pathos vem expressar através dessa nota, nossas condolências à todos aqueles que faleceram em virtude da pandemia atual, pessoas da sociedade cível, anônimas ou públicas, artistas, profissionais de saúde, entre tantos outros. Dedicamos tal manifesto aos protagonistas dessa triste história de luta contra o COVID-19. Lutas essas travadas de diversas formas, sobre o leito de um hospital, na linha de frente no combate a doença, como parentes telespectadores e testemunhas do sofrimento humano, ou ainda profissionais que finalizam a etapa do enfrentamento, enterrando milhares de corpos nos diversos cemitérios. Tal sofrimento nos faz lembrar do trecho do livro Sobre a Morte e o Morrer, de Elizabeth Kubler-Ross:

Há um momento na vida do paciente em que a dor cessa, em que a mente entra num estado de torpor, em que a necessidade de alimentação torna-se mínima, em que a consciência do meio ambiente quase que desaparece na escuridão. É o período em que os parentes andam para lá e para cá nos corredores dos hospitais, atormentados pela expectativa, sem saber se podem sair para cuidar da vida ou se devem ficar por ali esperando o instante da morte. É o momento em que é tarde demais para palavras, em que os parentes gritam mais alto por socorro, com ou sem palavras. É tarde demais para intervenções médicas (que são duras demais quando acontecem, apesar de boa intenção), mas é também cedo demais para uma separação final do agonizante. É o momento mais difícil para um parente próximo, pois ele também deseja que tudo passe, que tudo termine; ou agarra-se desesperadamente a alguma coisa que está prestes a perder para sempre. (Kluber-Ross, 2000, pg. 281 – 282).

PATHOS / V. 11 n.01, 2020 113

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imagem: PublicDomainPictures por Pixabay