PATHOS / V. 10, n.03, 2019 92
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A HOMOFOBIA DE CRIVELLA E A SANTA
INQUISIÇÃO LITERÁRIA
No mês de setembro de 2019, nos deparamos com uma ação inadequada e preconceituosa do Prefeito do Rio de Janeiro, o Pastor Marcelo Crivella. O mesmo, de forma atroz e arcaica, como uma espécie de Santa Inquisição Literária, tenta vetar a circulação e venda de um livro dentro da Bienal intitulado “Vingadores, a cruzada das crianças”, escrito por Allan Heinberg e desenhada por Jim Cheung, simplesmente pelo fato de tal obra trazer em seu conteúdo dois personagens representando um casal de namorados homoafetivo. A alegação do Pastor foi de que tal obra feriria o Estatuto da Criança e Adolescente - ECA (1990), ao considerar a relação entre dois homens como algo prejudicial e impróprio para menores de idade. A Revista Pathos vem através dessa nota manifestar seu total repúdio mediante tal tentativa de censura e homofobia promovida por Crivella. Vale ressaltar que a homossexualidade não é crime nem doença e que segundo nossos aparatos legais, hoje o que é na verdade considerado crime é justamente qualquer tipo de ação que caracterize homofobia. Dessa forma senhor Pastor, quem corre o risco de ser vetado, julgado e condenado é o senhor, #ficadica. O mais surpreendente é que para a surpresa do referido Prefeito, seu tiro saiu pela culatra, ao que tal tentativa de censura reverteu em propaganda acerca do “livro perigoso”, aumentando suas vendas e mobilizando não só a comunidade LGBT+, como também o restante da sociedade civil. Que isso possa servir de lição e aprendizado, ao que, quanto mais tentar nos bater mais estaremos em destaque. Como diria um dos políticos ícones da história LGBT+, Harvey Milk: “Esperança nunca será silenciada. Direitos são concedidos apenas a aqueles que fazem suas vozes serem ouvidas” (sic). Desta forma, goste você ou não Crivella, estamos aqui e aqui ficaremos. Quanto mais tentarem abafar e calar nossas vozes e opiniões, mais alto elas serão pronunciadas. Juntos somos mais fortes #Denunciareresistir.