PATHOS / V. 10, n.03, 2019 91
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O DIA QUE VIROU NOITE
Rua Florêncio de Abreu, altura da estação da Luz,
região central da cidade de São Paulo, às 13h.
Parecendo desconsiderar suas ações nas questões ambientais, o presidente fez, na tarde cinzenta de agosto, acusações sem provas, contra ONGs, sugerindo que teriam participações nas queimadas. Posteriormente, o supremo gerou um pedido de retratação para as acusações sem embasamento feitas pelo presidente.
O atual crescimento do desmatamento da floresta tem chamado atenção, mesmo antes da tragédia ambiental. Em junho o INPE ( Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) alertou o mundo com relação ao fato do presidente estar dando sinal verde para os madeireiros e garimpeiros. No entanto, o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, contestou os dados do instituto sobre os avanços do desmatamento.
Pela maneira como o atual presidente se posiciona com relação ao meio ambiente, em especial com relação ao aumento no número de incêndios, ele poderá ser denunciado por crime contra a humanidade. Um raio de luz que surge, quem sabe, nos dias cinzentos de 2019.
Foto: Cristiano Rodineli, arquivo pessoal
No meio da tarde do dia 19 de agosto desse ano, em algumas cidades do Brasil, o céu escureceu, nuvens pretas transformaram o dia em noite. O fato surpreendeu os residentes das cidades atingidas, mas também chamou atenção do resto do país e do mundo. O que causou a “chuva negra” foram as queimadas na Amazônia, uma constatação trágica e alarmante.
Dados oficiais compilados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais - INPE e também pelo Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (PRODES) revelam que em 2019 houve um aumento de 82% no número de incêndios na floresta. A Amazônia possui um clima úmido e, portanto, não propício a queimadas, no entanto, as áreas atingidas pelo fogo são aquelas que foram desmatadas. No dia 01 de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro encolheu, em 25%, o orçamento destinado ao IBAMA, órgão responsável pela proteção da floresta, além de autorizar um abrandamento para as punições de crimes ambientais.