Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 10º Volume | Page 33

INTENSIDADES E CONVERSAS

Participaram da pesquisa: 11 profissionais que atuaram em CECCOs no município de São Paulo, dos quais nove eram técnicos e dois assessores de Saúde Mental, sendo dois homens e nove mulheres. Tivemos um participante do CECCO Vila Alpina, um atuou nos CECCOs Ermelino Matarazzo e Ibirapuera, um nos CECCOs Ibirapuera e Mooca, um no CECCO Interlagos, dois no CECCO Vila Guarani e cinco no CECCO Ibirapuera. A pouca diversidade de CECCOs se deveu à dificuldade de se encontrar profissionais para participar.

Ao verificar o tempo de trabalho dos entrevistados no CECCO, encontramos seis participantes que trabalharam de cinco a dez anos, três de 11 a 15 anos e dois de 21 a 25 anos.

Quanto à formação profissional, havia seis psicólogos, sendo que um psicólogo também era Educador em Saúde, dois fonoaudiólogos, três assistentes sociais e um deles era também massoterapeuta e acupunturista.

Pela análise dos dados, obtivemos quatro categorias e suas unidades temáticas, apresentadas a seguir.

TRANSMUTAÇÃO DO PERFIL PROFISSIONAL

A multiplicidade na formação dos profissionais foi uma realidade concebida a partir de um caminho que fugiu da linearidade, que não seguiu qualquer herança da formação tradicional acadêmica especializada e compartimentada; surgiu das necessidades e vontades dos profissionais de se qualificarem em diferentes áreas das artes e cultura para poder trabalhar com a diferença e os diferentes em busca de relações afetivas e singulares/coletivas terapêuticas (AMARANTE, 2008; DELEUZE & GUATTARRI, 2010).

Os avatares dos profissionais do CECCO ocorreram em corpos que se alinharam à consciência nova, revolucionária. No CECCO, ao invés de pais e mães, havia agenciadores e secretários da criação. Pessoas que se interessavam pela existência do outro, do diferente, não havendo a preocupação com a genealogia do comportamento.

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PATHOS / V. 10, n.03, 2019 32