Ao serem acolhidas, algumas vítimas demonstram o interesse de conhecer outras vítimas que passaram por situações semelhantes. Essa iniciativa é avaliada como de grande importância para sua assistência, pois denota uma disposição para romper o isolamento e compartilhar o sofrimento de forma coletiva, apostando no outro como colaborador e não como ameaçador, conforme a violência se apresenta.
Atento a essa demanda, o analista, acompanhado de uma estagiária de Psicologia, convidaram as vítimas interessadas em coletivizar suas experiências para participar de um dispositivo de análise em grupo. A proposta era oferecer um espaço acolhedor no qual tivessem a oportunidade de falar sobre a violência sofrida, facilitando, assim, a sua expressividade em meio à angústia e ao sofrimento ocasionado pela perda violenta de seus entes queridos.
Dessa forma, o grupo foi composto por cinco participantes, todas mulheres, com faixa etária entre 27 e 54 anos, sendo apenas 20% com ensino superior e três delas moradoras de regiões periféricas da cidade de São Paulo. O enquadre estabelecido compreendeu a realização de um encontro semanal, às quintas-feiras, com duração de uma hora e trinta minutos.
PATHOS / V. 10, n.03, 2019 15
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