Outro lado da moeda 03 Jun. 2015 | Page 4

Voz trêmula, cabeça baixa, olhos marejados, o medo estampado no rosto. Mais de 30 anos de um casamento marcado pela violência doméstica. E as marcas não estão apenas no corpo.

“Apanhei do meu marido todos esses anos e nunca revidei, nunca denunciei nem contei para ninguém. Até seis anos atrás eu era agredida todas as vezes que cobrava a simples presença dele em casa, com os filhos. Depois disso ele adoeceu e então eu apanhava porque ele tinha crises de ciúmes, sem motivos. Há poucos meses tomei coragem de sair de casa, depois que ele passou a noite toda me ameaçando com um facão. Na última vez que ele me agrediu fisicamente foi há poucas semanas, logo depois da chuva de granizo. Ele correu atrás de mim com uma faca e me ameaçou. Se eu chamasse a polícia, ele iria me matar. A polícia chegou a prendê-lo e ele continuou me ameaçando lá de dentro da cadeia. Quando foi solto, o juiz colocou uma medida de segurança pra que ele fique longe de mim, mas ele continua me perseguindo, me ameaçando. Precisei que uma vizinha denunciasse ele para que eu adotasse uma postura de não querer mais isso pra minha vida. Ainda estou absorvendo tudo, inclusive o impacto que essa separação está tendo nas minhas finanças, pois ele sempre sustentou a casa; sempre dependi dele. Estou psicologicamente destruída e me arrependo de não ter denunciado antes. A denúncia é a melhor saída”, contou a mulher, vítima de violência doméstica.

VIOLêNCIA

Depoimento:

Contra a mulher