Optometria, uma ciência em foco 1° Edição | Page 19

O EPITÉLIO PIGMENTAR DA RETINA (EPR) Fig. 2. EPR de uma criança de 3 anos e de um adulto de 80 anos. Adler (2011), descreveu o EPR como uma monocamada de células epiteliais cuboides, que separa os fotorreceptores de seu suporte sanguíneo na coroide. A membrana da poção retiniana das células do EPR forma numerosas microvilosidades largas que se interdigitam com os segmentos externos dos fotorreceptores. As células epiteliais do EPR estão unidas umas as outras mediante complexos de união formados por uniões estreitas proeminentes que dividem as células numa metade apical, dirigida à retina e uma metade basal, dirigida à coroide. O núcleo e numerosas mitocôndrias se localizam na metade basal. Um grande número de grânulos de pigmento, localizados predominantemente no citoplasma apical, são os que tão ao EPR sua tonalidade negra. A porção retiniana do EPR enfrenta o espaço subrretiniano, que é o espaço extracelular que rodeia os segmentos externos dos fotorreceptores. O limite externo deste espaço é constituído pelas uniões estreitas do EPR, o que garante a difusão de substâncias hidrossolúveis entre o espaço subrretiniano e o espaço extracelular da coroide. De acordo com Adler (2011), o EPR garante a supervivência dos fotorreceptores e dos capilares coróideanos. O EPR produz numerosas citocinas, entre elas, o fator básico de crescimento dos fibroblastos (FGFb), que estimula a supervivência dos fotorreceptores. As células epiteliais pigmentares atuam como células de apoio para os fotorreceptores, como a participação do EPR na renovação dos segmentos externos dos fotorreceptores, o armazenamento e metabolismo da vitamina A e as funções de transporte e barreira do epitélio. O EPR é responsável por fagocitar os segmentos externos dos fotorreceptores. Adler (2011) explicou que a taxa de material de membrana ingerido e degradado pelas células do EPR é exponencial. A cada dia, uma célula do EPR extrafoveal deve ingerir e degradar um volume de material dos segmentos externos que corresponde a 7% do volume da própria célula do EPR. É provável que, em virtude desta carga fagocítica massiva das células do EPR, se acumulem grânulos de lipofuscina nelas com a idade. Optometria, uma ciência em foco. Fonte:http://www.ajmc.com/journals/supplement/2013/ace011_13may_agingeye/ ace011_13may_agingeye_akpek A PRODUÇÃO DE RADICAIS LIVRES PELA CÉLULA E O ESTRESSE OXIDATIVO De acordo com Ferreira, ALA et al (1997), radical livre se refere a um átomo ou molécula reativa, que contem número ímpar de elétrons em sua última camada de valência, o que implica alta reatividade a esses átomos ou moléculas. O termo radical livre, por vezes, pode não se enquadrar, pois alguns deles não apresentam elétrons desemparelhados em sua última camada, sendo assim, a denominação mais correta seria espécies reativas do metabolismo do oxigênio (ERMO). As ERMO's são encontradas em todos os sistemas biológicos. Silva e Ferrari (2011), citaram como radicais livres o ânion superóxido (O2-), hidroxila (OH), e a lipoperoxila (LOO) e também elencaram ERMO's capazes de reagir com moléculas celulares e teciduais, como o peróxido de hidrogênio (H2O2), o ácido hipocloroso (HClO), o óxido nítrico (NO) e o ânion peroxinitrito (ONOO), estes, em excesso, estão associados a lesões celulares como a peroxidação de lipídeos, a oxidação de proteínas, a inativação enzimática a ativação excessiva de genes inflamatórios (fator de necrose tumoral -TNF), interleucinas (OL), fator nuclear kappa beta, fator de crescimento transformado beta (TGFB) e danos ao DNA e aumento do risco de câncer. Em condições fisiológicas do metabolismo celular aeróbio, o O2 sofre redução tetravalente, com aceitação de quatro elétrons, resultando na formação de H2O. Durante esse processo são formados intermediários reativos, como os radicais superóxido (O2-), hidroperoxila (HO2) e hidroxila (OH), e o peróxido de hidrogênio (H2O2). Normalmente, a redução completa do O2 ocorre na mitocôndria, e a reatividade das ERMO é neutralizada com a entrada de quatro elétrons. (FERREIRA, ALA ET AL , 1997). 19