Opiniões REVISTA 9 AMARELO_15 10 | Page 19

19 O direito à diversidade é uma resposta à intolerância por Laura Sebaio Almeida Vivemos em um país e um mundo cercado pela diversidade, por várias etnias, povos, identidades e representações. O diverso é algo que compõe a condição humana e está ligado à ideia de humanidade, que só exi existe ste e só é possível na diversidade. A desigualdade pode ser entendida a partir de diferentes formas, sendo mais comumente relacionada às noções de variedade e diferença. O distinto, assim, é o diferente na medida em que ele também é igual a mim, enquanto e eu u sou o diferente do outro. A diversidade é um dado, uma constatação da humanidade. O problema central e fundamental da diversidade gira em torno da forma pelo qual lidamos com essa diversidade, ou seja, com o diferente, com o outro. A cultura brasileira, apesar de ter construído historicamente mitos sobre o modo como lidamos com a diferença, é marcada por um sentimento de intolerância em relação ao outro. Não é incomum escutarmos notícias de agressões e mortes que acontecem com as pessoas mais vulneráveis dessa sociedade, o que desconstrói qualquer intuição sobre o modo como nos relacionamos com a diferença. Numa época marcada por intercâmbios culturais e o encurtamento de distâncias geográficas a diversidade passa a fazer cada vez mais parte do nosso cotid cotidiano. No entanto, o medo do contato com o outro pode fazer despertar a necessidade cultural, fazendo com que a intolerância seja elevada a princípio de determinada relação social. Desse modo, a construção de uma sociedade aberta ao diverso se vê ameaçada p pelo fundamentalismo e por práticas culturais fechadas à compreensão e respeito ao diverso. Esse medo do diferente é alimentado por uma série de preconceitos e pré pré- julgamentos que desumanizam sem, entretanto, conhecer. É verdade que se vive num tempo marcado o pela afirmação das identidades culturais – tendo em vista os diversos significados que ela pode ter –, , no entanto, a identidade não pode ser vista apenas no seu tamanho estática, mas também na sua profundidade, ou seja, nos processos de identificação que ocorrem com grande frequência.