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O direito à diversidade é uma resposta à intolerância
por Laura Sebaio Almeida
Vivemos em um país e um mundo cercado pela diversidade, por várias etnias,
povos, identidades e representações. O diverso é algo que compõe a condição humana e
está ligado à ideia de humanidade, que só exi
existe
ste e só é possível na diversidade. A
desigualdade pode ser entendida a partir de diferentes formas, sendo mais comumente
relacionada às noções de variedade e diferença. O distinto, assim, é o diferente na
medida em que ele também é igual a mim, enquanto e eu
u sou o diferente do outro.
A diversidade é um dado, uma constatação da humanidade. O problema central e
fundamental da diversidade gira em torno da forma pelo qual lidamos com essa
diversidade, ou seja, com o diferente, com o outro. A cultura brasileira, apesar de ter
construído historicamente mitos sobre o modo como lidamos com a diferença, é
marcada por um sentimento de intolerância em relação ao outro. Não é incomum
escutarmos notícias de agressões e mortes que acontecem com as pessoas mais
vulneráveis dessa sociedade, o que desconstrói qualquer intuição sobre o modo como
nos relacionamos com a diferença.
Numa época marcada por intercâmbios culturais e o encurtamento de distâncias
geográficas a diversidade passa a fazer cada vez mais parte do nosso cotid
cotidiano. No
entanto, o medo do contato com o outro pode fazer despertar a necessidade cultural,
fazendo com que a intolerância seja elevada a princípio de determinada relação social.
Desse modo, a construção de uma sociedade aberta ao diverso se vê ameaçada p pelo
fundamentalismo e por práticas culturais fechadas à compreensão e respeito ao diverso.
Esse medo do diferente é alimentado por uma série de preconceitos e pré
pré-
julgamentos que desumanizam sem, entretanto, conhecer. É verdade que se vive num
tempo marcado o pela afirmação das identidades culturais – tendo em vista os diversos
significados que ela pode ter –, , no entanto, a identidade não pode ser vista apenas no
seu tamanho estática, mas também na sua profundidade, ou seja, nos processos de
identificação que ocorrem com grande frequência.