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Igreja de São Martinho de Soalhães
A Igreja de Soalhães, classifi cada como
Monumento Nacional desde 1977, integra o
percurso turístico-cultural da Rota do Românico.
Soalhães foi um território particularmente
cobiçado pela nobreza medieval.
A importância da terra ditou que os seus
senhores tomassem o topónimo para seu apelido,
como no caso de D. João Martins, chamado de
Soalhães, bispo de Lisboa e arcebispo de Braga.
Todavia, são poucos os vestígios românicos
deixados à vista pela profunda intervenção
realizada na Igreja no século XVIII.
O seu portal principal, datável já do século XIV,
mostra uma organização protogótica, confi rmada
pela ausência de tímpano e pelo cariz naturalista
dos seus capitéis.
Muito embora o óculo do portal tenha recebido
um arranjo durante a intervenção setecentista, a
verdade é que tal não aconteceu no interior, onde
ainda hoje apreciamos uma moldura pontuada por
pérolas, motivo muito disseminado pela arquitetura
românica das bacias do Douro e Tâmega.
No interior, um túmulo do século XIII ou XIV,
abrigado por arcossólio na capela-mor, do lado
direito, coabita com uma profusão de cores e
materiais que testemunham um investimento algo
excêntrico em painéis azulejares, de madeira em
médio relevo policromados, e na ornamentação da
talha que vai além dos próprios retábulos [altares].