O voo da Gaivota 1 | Page 2

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Sinopse

Emmanuelle Laborit em sua biografia intitulada O vôo da gaivota, ao se referir a sua comunicação com a mãe antes de ter contato com a língua de sinais conta que a maneira como se comunicavam
“(...) era instintivo, animal, chamo-a de“ umbilical”.
Tratava-se de coisas simples, como comer, beber, dormir. Minha mãe não me impedia de gesticular, como lhe haviam recomendado. Não tinha coragem de me proibir. Tínhamos signos nossos completamente inventados”. Encontramos nessa declaração de Emmanuelle a confirmação dos estudos acima citados. Percebemos pelo depoimento de Emmanuelle que os critérios utilizados para a criação dos sinais caseiros se dão a partir da necessidade de estabelecimento de contato para as situações do dia-a-dia e que se compunham através da imitação, da mímica das situações concretas e / ou da percepção de características físicas, uso de acessórios, situações ocorridas com os pais e os irmãos entre outros.
Também Emmanuelle nos aponta umas situações que encontramos com bastante regularidade nos depoimentos de surdos, ou seja, de que os sinais criados são compartilhados, em geral, entre mãe e filho ou entre um( a) irmão( a) mais velho que é designado para cuidar do irmão surdo. O restante da família, em geral, não utiliza os sinais caseiros, fazendo uso exclusivo da língua oral.