O Tijolo- 1º bimestre 2018 O Tijolo- 1º bimestre 2018 | Page 6
Por Camilla Fonseca, Laís Silva e Sophia B. Costa
Humans of Band
Este é um espaço onde, inspirados no blog Humans of New York, convidamos seres humanos
bandeirantinos para contarem suas histórias
“Primeiramente, gostaria de dizer que o meu
sonho, desde pequeno, era me tornar um cientista.
Meu sonho de me tornar cientista surgiu devido a
muitas contribuições que houve na ciência e sem
elas não teríamos o “hoje”. E eu gosto de ensinar,
acho importante a base do ensino. Ao meu ver é
muito importante você contribuir com o conheci-
mento, afinal de contas, [o conhecimento] é a base
da civilização. Nenhuma sociedade, seja primitiva,
seja moderna, se funda sem o conhecimento, que é
a base de tudo. ”
“Em relação a minha história, gostaria de dizer
que eu não tinha aquele apoio dos meus pais e eu
estudei por mim mesmo. Mas, graças a Deus, as-
sim que minha mãe faleceu, minha vó começou a
cuidar de mim – isso foi em 2007. Ela tinha aquele
caráter um pouco rude, era rígida, mas ao mesmo
tempo ela tinha aquele carinho, aquele cuidado
que as vezes impressionava a mim e meus ir-
mãos. Com relação aos estudos, ela não teve muita
formação acadêmica, mas ela me deu um exemplo
de que você tem que buscar as coisas por si só, sem
depender da atuação didática do professor. Ela era
uma professora, porque além de me ensinar a base
da educação moral, que eu acho muito importante
para a sociedade, ela também me ensinou o cami-
nho pelo qual eu posso buscar um conhecimento
superior a fim de me tornar uma pessoa melhor,
consciente. Gostaria de acrescentar que o conhe-
cimento moral não difere tanto assim do conheci-
mento científico, porque a base do conhecimento é
o autoconhecimento. Por exemplo, quem não tem
conhecimento de si mesmo não pode conhecer
sua capacidade de conhecer as transformações do
mundo. Não é totalmente diferente [o conheci-
mento científico do autoconhecimento], não pode
haver separação, tem que haver integração. Eu
acredito que hoje, na era moderna, tem que haver
uma revolução na educação. Não existe educação
cientifica sem antes haver uma educação moral. ”
Kaique, 20 anos, faxineiro no Band e futuro
engenhei- ro químico
“Toda a minha vida escolar eu cursei em escola
pública. Eu não tinha apoio nenhum com relação
ao estudo e eu tinha muitos amigos que estu-
davam em escola particular. Eles comparavam
e falavam ‘Nossa, você não tem chance nenhu-
ma, meu amigo, você está sem futuro. Na escola
particular tem professores bons, materiais bons,
bons alunos, bons colegas, tem quem pague o
curso, então não tenho dificuldade, agora vo-
cês...’. Aí eu comecei a ver aquilo como algo a
superar, para dizer ‘Não, eu consigo!’ e virou uma
motivação. Comparando o meu passado e agora,
é como se fosse outra vida. Eu penso que é uma
grande evolução. ”
“Em relação aos alunos do Band, queria deixar
uma mensagem: nunca parem de estudar, de co-
nhecer, de se aprofundar mais, porque nós deve-
mos deixar um legado. Esse legado é a contribui-
ção de acúmulo de conhecimento afim de tornar
uma sociedade, digamos, mais justa, igualitária e
com aprofundamento cien