O Social - Maio-junho 2019 O Social - Maio Junho - Joomag | Page 4

ai v e l e ru c é ia c n ê id v re P “Reforma da pecialista s e iz d , ” r o id v r e s o r prejudica A reforma da Previdên- cia proposta pelo presi- dente Jair Bolsonaro, em tramitação no Congresso Nacional, representa uma série de perdas para o ser- vidor público. Caso seja aprovada, o trabalhador do serviço público vai pre- cisar de 40 anos de contri- buição à Previdência Social para se aposentar com sa- lário integral. Além disso, o tempo de contribuição no serviço público aumenta de 20 para 25 anos, para que se receba aposenta- doria parcial (a partir de 60% do teto). O prejuízo ao servi- dor é alto porque a PEC 06/2019 aumenta o fator previdenciário - número que consiste na soma da idade e do tempo de tra- balho. Pela nova regra, os homens deverão somar 105 pontos (exemplo: 65 anos de idade + 40 anos de contribuição); já para as mulheres, será preciso atingir 100 pontos, se- guindo o mesmo cálculo. “A reforma é cruel e vai prejudicar o servidor. Essa exigência pelo aumento do fator previdenciário é absurda! Esse é um ponto perverso da PEC”, avalia Antônio Augusto de Quei- roz, analista político e di- retor de documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assesso- ria Parlamentar). GRATIFICAÇÕES Importante para a composição dos rendi- mentos do aposentado do setor público, as gra- tificações são duramen- te atingidas pelas novas normas. O método re- duz o valor da aposen- tadoria do servidor por não considerar as maio- res contribuições para determinar quanto o aposentado vai receber, aponta o especialista. “A regra coloca em risco a garantia de melhora do benefício e interfere em A NOVA REGRA INTERFERE EM DIREITOS TRABALHISTAS. OS SERVIDORES PRECISAM LUTAR NO CONGRESSO.” ANTONIO AUGUSTO DE QUEIROZ ANALISTA POLÍTICO E DIRETOR outros direitos trabalhis- tas. Os servidores preci- sam lutar por isso no Con- gresso”, destaca. MAIS CARA A PEC prevê ainda o aumento na contribuição, passando de 11% para até 22% pelos trabalhadores do serviço público. Pela proposta, a alíquota dos servidores públicos come- çará em 7,5% para os que ganham até um salário mínimo, chegando a 22% para quem ganha acima o teto salarial definido pelo governo (R$ 39 mil). TRANSIÇÃO A regra de transição im- posta pela reforma, que prejudica os servidores em duas dimensões, se- gundo o especialista do Diap. “Primeiramente, te- mos aumento do tempo de contribuição e, em se- gundo lugar, a redução do valor do benefício. A PEC pune duplamente. Não é uma regra de transição. Regra de transição é para beneficiar e não para pre- judicar”, pontua.