O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 13

autores deste livro, dialogar com a sociedade brasileira, “sem hegemonismo do partido do governo, sem instrumentalização das instituições e entidades, sem atrelamentos dos movimentos sociais e da sociedade civil”. Vale dizer, a busca pelo consenso deve prevalecer sobre a coerção. Como observou o sempre lúcido Armênio Guedes, não há porque opor a democracia social à democracia política, “ignorando o eixo dialético entre uma e outra”. A democracia como meio e fim, simples assim. A História vem demonstrando que a esquerda democrática pode ser uma opção concreta ao populismo de corte varguista ou petista e, também, ao liberalismo com escasso conteúdo de sensibilidade social. Ampliação dos espaços democráticos de forma a atrair a presença do cidadão na gestão pública, manutenção da estabilidade econômica e ações de enfrentamento das imensas desigualdades e de inclusão social encontram-se na base da proposta de uma nova política para o Brasil. É o que este belo livro quer destacar: a necessidade de o país adotar um programa frentista com eixo em um novo bloco de centro-esquerda, sem privilegiar nem discriminar nenhuma força democrática. Ao terminar a leitura deste Reencontro, fiquei com a impressão de que militantes políticos e intelectuais da qualidade de Astrojildo Pereira, João Mangabeira, Cristiano Cordeiro, Giocondo Dias, Miguel Arraes, Alberto Passos Guimarães, Antônio Houaiss, Jorge Amado, Jamil Haddad, Salomão Malina, Evaristo de Moraes Filho, Itamar Franco e tantos outros que já se foram, estariam entre os primeiros a aplaudir a sua publicação. Ivan Alves Filho Historiador Prefácio 11