O Mocho Ano 1 - Número 6 - Março 2014 | Page 57

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Algumas medidas para melhorar a eficiência da distribuição de água:

1.Controlo doméstico de gastos: Uma torneira gotejando desperdiça 1.380 litros por mês. Um buraco de dois milímetros nas condutas causa o desperdício de 3.200 litros por dia.

2.Eficiência dos fornecedores: Calcula-se que em grandes redes públicas nas grandes metrópoles, os desperdícios na rede gastem 18% da água captada. A percentagem pode corresponder a 1 bilião de litros por dia que poderia abastecer 3,7 milhões de consumidores.

3.Eficiência na agricultura: conseguir produzir sementes aptas a crescer em ambientes mais secos e salgados, melhorar o desempenho da irrigação e mudar de culturas, plantando vegetais mais compatíveis com o atual estado da terra e do clima.

4.Reaproveitamento: O potencial do reaproveitamento de água é gigantesco. Para se ter uma ideia, é possível até tornar potável a água poluída por esgotos.

5.Técnicas tradicionais para poupança e controlo: replantar árvores, em especial perto de mananciais; arrancar árvores exóticas cuja sobrevivência exija muita água; coletar água da chuva com lagos e tanques; erguer muros de pedra para conter a erosão.

6.Dieta vegetariana: A produção de um quilo de carne bovina exige 17.100 litros de água, enquanto um quilo de carne suína demanda 5.250 litros. Por outro lado, há 1.000 litros de “água virtual” em um quilo de legumes ou de raízes e tubérculos Portanto, ser vegetariano ajuda muito na preservação da água.

A visão da água como um bem barato ou gratuito ainda está arraigada em muitos lugares, e vários agricultores relutam em rever as suas culturas e métodos de plantio. Assim, forma-se um cenário de certo modo similar ao do aquecimento global: o diagnóstico existe e está bem feito, mas as medidas para resolver o problema tardam a ser tomadas – e a demora pode nos custar muito caro.

O biogeógrafo norte-americano Jared Diamond afirma que as sociedades que perduraram tinham uma visão de longo prazo e mostravam flexibilidade e força de vontade para mudar seus valores quando eles não lhes serviam mais. Será que os humanos contemporâneos possuem essas características?