O lugar da Memória em Bento Rodrigues – Mariana / MG O lugar da memória em Bento Rodrigues | Page 33

MEMORIAL E MUSEU TERRITÓRIO: PROJETO, DADOS TÉCNICOS E DIRETRIZES O pavilhão de uso comunitário foi projetado para atender à demanda da comunidade, que ainda hoje retorna à localidade em datas comemorativas, para realizar procissões e festividades. Após o desastre não possui mais um local para encontros e organização das festas religiosas tradicionais. O pavilhão seria uma cobertura em madeira com um espaço dedicado para a convivência, com um núcleo central fechado, para armazenamento de equipamentos de som, cadeiras, mesas e itens necessários às celebrações, que também funciona como parte da estrutura de sustentação da cobertura, além dos pilares em V. O galpão existente no local será utilizado como local aberto dedicado à educação ambiental e patrimonial, destinado tanto a crianças quanto adultos, visando realizar eventos ocasionais para instruir os locais e os visitantes na preservação do patrimônio cultural e ambiental. Procurando não ser um obstáculo visual, a cobertura curva de madeira laminada possui um grande vão e altura, que favorecem a ventilação. O núcleo central, com revestimento em pedras, faz referência ao “muro de pedras” da Igreja de Nossa Senhora das Mercês, elemento de grande valor afetivo para a comunidade. Localizado no limite do terreno da praça, o pavilhão permite um fácil acesso à malha viária, onde a comunidade realiza procissões e cortejos. Figura 85: Perspectiva – Pavilhão Comunitário. Figura 84: Galpão existente. Fonte: Google Earth. Figura 86: Perspectiva – Galpão de educação ambiental e patrimonial. CENTRO DE MEMÓRIA: A gestão do Centro de Memória seria de responsabilidade da comunidade e a renda revertida para benefício próprio, sendo utilizada tanto para Figura 87: Gabarito das casas no entorno do investimento nas produções artesanais locais quanto para a manutenção do espaço. Centro de Memória 33 O Centro de Memória segue a lógica de levar o visitante à experimentação da sensação de transitar por um processo pelo qual passou Bento Rodrigues cujo ponto de partida seria a origem do lugar; passando ao desastre e às novas perspectivas. Por isso optou-se por projetá-lo semienterrado com o gabarito menor que as residências do entorno e tendo sua entrada por uma rampa e saída por outra. Outra razão para projetá-lo sob o nível da praça é para diminuir o impacto visual causado na paisagem, na qual as ruínas e o território devem prevalecer.