efeitos normalmente sejam maturados no longo prazo. Daí que as
eleições de 2018, do ponto de vista de quem defende a democracia
brasileira, deva ser encarada, com rapidez, como uma batalha
urgente de ideias e não apenas como uma disputa eleitoral.
Enfrentar a interpretação grosseira e simplificada que as
forças das extremidades do espectro político, tanto à direita,
quando à esquerda, fazem da realidade brasileira contaminando
tudo isso com o discurso do ódio, do messianismo político e da
retórica autoritária, que aposta na falta de memória sobre os fatos
históricos de uma nação que já viu esse filme antes, é tarefa
imediata para tantos quantos têm compromisso verdadeiro com
as liberdades e a ordem democrática.
E o campo privilegiado onde essa batalha já está se dando é
sobretudo o ambiente das redes sociais onde as novas e infinitas
possibilidades, tanto de informação, como de desinformação, são
infinitas. A exemplo das guerras da Antiguidade e do Medievo,
onde as batalhas se resolviam no corpo a corpo, a batalha das
eleições de 2018, para as forças democráticas brasileiras, será
muito dura, porque muito além da disputa pragmática pelo voto,
estará em jogo a disputa por mentes e corações em espaço de
grande vozerio e confusão de ideias.
Não é algo fácil, do ponto de vista da comunicação e do debate
enfrentar ideias preconceituosas, construídas em cima de simpli-
ficações da realidade, estereótipos e estigmas políticos grosseiros
que prosperam em momento de muita passionalidade e se valem
de um alto grau de despolitização do público alvo. No entanto, não
é algo impossível desde que, contra a manipulação rasteira, se
oponha uma atitude político-pedagógica firme, desassombrada e
sistemática em defesa dos grandes valores da convivência demo-
crática, da tolerância e da cultura dos consensos e do pluralismo.
Além, é claro, da rememoração dos fatos hist óricos referentes à
dura batalha para fazer do Brasil um país livre e democrático.
Aliado a essa preocupação central, as forças do espectro demo-
crático, muito embora tenham contradições visíveis do ponto de
vista dos modelos de desenvolvimento econômico-social pretendi-
dos, precisam dialogar e alinhar pontos de vista e estratégias
comuns, se não para convergir em candidatura de consenso – o
que é muito difícil, e talvez nem desejável em momentos como o
atual – pelo menos para construir uma saída consensual em
provável segundo turno das eleições. E a base para essa última
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Anivaldo Miranda