O imprevisível 2018 PD49 | Page 122

mia, ampliando as atividades econômicas convencionais e, mais frequentemente, a criação e produção de novos bens e serviços. Tem sido assim ao longo da história do capitalismo, e está sendo, inclusive agora, no meio mesmo desta profunda e rápida revolução tecnológica, com surgimento de novas profissões que eram impensadas no passado, assim como no desenvolvimento de novos produtos e serviços. Para que uma fábrica sem operá- rios funcione, como alguns antecipam, será necessária uma certa quantidade de horas de trabalho no desenvolvimento, no manejo e na manutenção dos sistemas complexos. Vale lembrar, contudo, que uma redução da demanda por trabalhadores (decorrente do aumento da produtividade) coincide, na atuali- dade, com uma mudança demográfica que leva a uma diminui- ção da oferta de mão de obra (pelo menos enquanto a População em Idade Ativa terminar aos 65 anos). Cai a demanda, mas declina também a oferta de mão de obra, moderando o impacto da revolução tecnológica no emprego. Neste aspecto, o problema é menos de quantidade de empregos e muito mais da qualidade e do perfil das ocupações necessárias neste novo ciclo do capitalismo. A revolução tecnológica, com automação, robotização e sistemas inteligentes, tende a destruir emprego de média e baixa qualificação, eliminando determinadas profissões (diz-se que 60% das profissões que vão dominar o mercado em mais 10 anos ainda não existem), ao mesmo tempo em que ela demanda pessoal de alta qualificação e capacidade cognitiva. Este é, provavelmente, o grande drama das socie