O imprevisível 2018 PD49 | Page 113

dores, até 2020. Na China, que, em seu plano quinquenal 2011-15, definiu estar na transição do Ma­de in China para o Designed in China, a economia criativa perpassa todos os eixos estratégicos. Na Colômbia, o Senado apro­vou a Lei da Economia Laranja (o apelido dado à economia criativa no país) e, em Montreal, a prefei- tura criou, há anos, o Es­critório de Design, cujo objetivo máximo é estimular todos os cidadãos a desenvolve­rem o olhar da inova- ção, recorrendo tam­ bém ao espaço público e às fachadas de empreendimentos comerciais. Afinal, não há economia criativa alheia a um espaço criativo. Quão mais propício à criatividade – efervescente de propostas e diversidade, de conectividade e abertura à ousadia – for o ambiente, mais nossas mentes terão acesso a ingredientes diver­ sos para fazer novas receitas e vencer desa­fios complexos. Paris que, em junho, inau­g urou o maior campus de startups do mundo, a Station F, tem se valido à vontade da inteligência coletiva para reformular seu espaço físico e a dinâmica da cidade, sem perder de vista seu DNA cultural. Em­presas também entram nessa lógica. A Amazon, terceira marca mais valiosa do mundo, que rece- beu, até meados de outubro, as candidaturas de cidades que quei- ram abrigar sua nova sede (e os 50 mil tra­balhadores qualificados que nela atuarão), estabeleceu como um dos critérios de sele­ção a diversidade cultural, ao lado de questões de mobilidade, da moder- nidade de sua infraestrutura e de seu manancial de talentos e instituições de ensino. Porque, afinal, se a economia não é mais como era antiga- mente, o futuro nem se sabe como será. As fontes mais abalizadas no as­sunto (Fórum Econômico Mundial, Econo­mist Intelligence Unit e outras) estimam que metade das atividades profissionais será substituída pela inteligência artificial em 20 a 40 anos e que metade do que então existirá hoje ainda não se dá a ver. Mas algo já sabe­mos: os dois perfis de trabalho mais cobiça­ dos do futuro são os de talento criativo e de inteligência social. Excelentes bússolas para pautarmos nossa economia e transformar­mos as cidades em espaços vibrantes de es­t ímulos às habilidades do futuro. Porque, se o futuro a Deus pertence, ele ajuda a quem cedo madruga. Economia criativa, cidades e o futuro do trabalho 111