dores, até 2020. Na China, que, em seu plano quinquenal 2011-15,
definiu estar na transição do Made in China para o Designed in
China, a economia criativa perpassa todos os eixos estratégicos.
Na Colômbia, o Senado aprovou a Lei da Economia Laranja (o
apelido dado à economia criativa no país) e, em Montreal, a prefei-
tura criou, há anos, o Escritório de Design, cujo objetivo máximo
é estimular todos os cidadãos a desenvolverem o olhar da inova-
ção, recorrendo tam
bém ao espaço público e às fachadas de
empreendimentos comerciais.
Afinal, não há economia criativa alheia a um espaço criativo.
Quão mais propício à criatividade – efervescente de propostas e
diversidade, de conectividade e abertura à ousadia – for o
ambiente, mais nossas mentes terão acesso a ingredientes diver
sos para fazer novas receitas e vencer desafios complexos.
Paris que, em junho, inaug urou o maior campus de startups
do mundo, a Station F, tem se valido à vontade da inteligência
coletiva para reformular seu espaço físico e a dinâmica da cidade,
sem perder de vista seu DNA cultural. Empresas também entram
nessa lógica.
A Amazon, terceira marca mais valiosa do mundo, que rece-
beu, até meados de outubro, as candidaturas de cidades que quei-
ram abrigar sua nova sede (e os 50 mil trabalhadores qualificados
que nela atuarão), estabeleceu como um dos critérios de seleção a
diversidade cultural, ao lado de questões de mobilidade, da moder-
nidade de sua infraestrutura e de seu manancial de talentos e
instituições de ensino.
Porque, afinal, se a economia não é mais como era antiga-
mente, o futuro nem se sabe como será. As fontes mais abalizadas
no assunto (Fórum Econômico Mundial, Economist Intelligence
Unit e outras) estimam que metade das atividades profissionais
será substituída pela inteligência artificial em 20 a 40 anos e que
metade do que então existirá hoje ainda não se dá a ver.
Mas algo já sabemos: os dois perfis de trabalho mais cobiça
dos do futuro são os de talento criativo e de inteligência social.
Excelentes bússolas para pautarmos nossa economia e
transformarmos as cidades em espaços vibrantes de est ímulos às
habilidades do futuro. Porque, se o futuro a Deus pertence, ele
ajuda a quem cedo madruga.
Economia criativa, cidades e o futuro do trabalho
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