Diferentemente dos movimentos juvenis dos anos 1960 e 1970, que tinham outros desafios e uma agenda muito mais focalizada – notadamente na luta contra a ditadura –, os de hoje têm agendas mais difusas, o que pode significar maior relevân cia ou risco de irrelevância. Pretendem refundar a política nacional sobre uma nova base ética, para a construção de um país com menos desigualda de social e econômica, ambientalmente mais sus tentável, com menos violência e mais tolerância.
Um Brasil que defina seu projeto de desenvolvi mento sabendo valorizar a diversidade, a alegria, as manifestações de fé, os biomas e a cultura de sua gente. Um país que invista em seu povo e este ja aberto à maior participação de todos.
Ainda não há como saber para onde vão esses movimentos. Podemos supor que alguns vão crescer e outros se fundir, desaparecer, ressurgir em outros tempos e espaços. Mas é possível afirmar que muitas pessoas envolvidas na agenda ini cial deles, em breve, estarão ocupando as mais altas posições de decisão do nosso país.
É possível tam bém arriscarmos dizer que teremos um pouco mais de renovação nas eleições de 2018 e muito mais nas de 2022. Não podemos entrar na terceira década do século 21 com as mesmas lideranças da metade do século passado. A renovação é imperativa e o revigoramento das instituições democráticas, uma necessidade.
O pior que pode nos acontecer é não aproveitarmos este momento de crises múltiplas – ética, econômica, política – para criar novo projeto de nação, com renovadas e fortalecidas formas de atuação, tanto governamentais quanto da sociedade civil. Um projeto de nação que corrija o maior erro do nosso passado – o descaso com a base de um país que pretende ter desenvolvimento econômico e social sustentável: o compromisso com educação básica pública de qualidade para todos.
Além de abertura para que a geração mais jovem ocupe espaços no Executivo e no Legislativo e construa um novo Brasil, é igualmente importante termos uma sociedade civil fortalecida, que saiba debater entre si, formular posições que vão além dos consensos rasos e tenha agendas de incidência com os governos. Ainda há poucos gru pos organizados assim.
São movimentos políticos – pois, ainda que não partidários, participam ativamente nas decisões de políticas públicas – como Nova Democracia, Todos Pela Educação( TPE), Campanha Nacio-
Quem sabe faz a hora
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