gência artificial e aprendizagem automática (ou aprendizado da
máquina).(...) As tecnologias digitais, fundamentadas no compu-
tador, software e redes, não são novas, mas estão causando
rupturas à terceira revolução industrial; estão se tornando mais
sofisticadas e integradas e, consequentemente, transformando a
sociedade e a economia global. (...) Ao permitir ‘fábricas inteligen-
tes’, a quarta revolução industrial cria um mundo onde os siste-
mas físicos e virtuais de fabricação cooperam de forma global e
flexível (...) A quarta revolução industrial, no entanto, não diz
respeito apenas a sistemas e máquinas inteligentes e conectadas.
Seu escopo é muito mais amplo. Ondas de novas descobertas
ocorrem simultaneamente em áreas que vão desde o sequencia-
mento genético até a nanotecnologia, das energias renováveis à
computação quântica. O que torna a quarta revolução industrial
fundamentalmente diferente das anteriores é a fusão dessas
tecnologias e a interação entre os domínios físicos, digitais e
biológicos. Nessa revolução, as tecnologias emergentes e as inova-
ções generalizadas são difundidas muito mais rápida e ampla-
mente do que nas anteriores, as quais continuam a desdobrar-se
em algumas partes do mundo. A segunda revolução industrial
precisa ainda ser vivia plenamente por 17% da população mundial,
pois quase 1,3 bilhão de pessoas ainda não têm acesso à eletrici-
dade. Isso também é válido para a terceira revolução industrial, já
que mais da metade da população mundial, 4 bilhões de pessoas,
vive em países em desenvolvimento sem acesso à internet. O tear
mecanizado (a marca da primeira revolução industrial) levou
quase 120 anos para se espalhar fora da Europa. Em contraste, a
internet espalhou-se pelo globo em menos de uma década”. 11
Uma das expressões da implacável, vertiginosa e veloz revolu-
ção científico-tecnológica, que dá a luz à quarta revolução indus-
trial, que está em seus estágios iniciais e localizada majoritaria-
mente em pouquíssimos e ricos países, 12 abarca e se manifesta
11 Schwab, Klaus, op. cit., p. 16-17
12 Diferentemente da I, II e III revoluções industriais, a IV já chegou ao Brasil e
tende a se espalhar mais rapidamente. “Sete tecnologias já têm impactos dis-
ruptivos (inovação que suplanta tecnologias existentes) em sistemas produtivos
estratégicos da indústria brasileira: inteligência artificial, internet das coisas
(IoT), produção inteligente e conectada, materiais avançados, nanotecnologia,
biotecnologia e armazenamento de energia. Essas fontes de inovações vêm pro-
vocando mudanças significativas em modelos de negócio, padrões de concor-
rência e em estruturas de mercado para setores como agroindústria, química,
petróleo e gás, bens de capital, automotivo, aeroespacial e defesa, tecnologia da
informação e comunicação, bens de consumo e farmacêutico”. Ver: Machado,
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Eduardo Rocha