O imprevisível 2018 PD49 | Page 106

gência artificial e aprendizagem automática (ou aprendizado da máquina).(...) As tecnologias digitais, fundamentadas no compu- tador, software e redes, não são novas, mas estão causando rupturas à terceira revolução industrial; estão se tornando mais sofisticadas e integradas e, consequentemente, transformando a sociedade e a economia global. (...) Ao permitir ‘fábricas inteligen- tes’, a quarta revolução industrial cria um mundo onde os siste- mas físicos e virtuais de fabricação cooperam de forma global e flexível (...) A quarta revolução industrial, no entanto, não diz respeito apenas a sistemas e máquinas inteligentes e conectadas. Seu escopo é muito mais amplo. Ondas de novas descobertas ocorrem simultaneamente em áreas que vão desde o sequencia- mento genético até a nanotecnologia, das energias renováveis à computação quântica. O que torna a quarta revolução industrial fundamentalmente diferente das anteriores é a fusão dessas tecnologias e a interação entre os domínios físicos, digitais e biológicos. Nessa revolução, as tecnologias emergentes e as inova- ções generalizadas são difundidas muito mais rápida e ampla- mente do que nas anteriores, as quais continuam a desdobrar-se em algumas partes do mundo. A segunda revolução industrial precisa ainda ser vivia plenamente por 17% da população mundial, pois quase 1,3 bilhão de pessoas ainda não têm acesso à eletrici- dade. Isso também é válido para a terceira revolução industrial, já que mais da metade da população mundial, 4 bilhões de pessoas, vive em países em desenvolvimento sem acesso à internet. O tear mecanizado (a marca da primeira revolução industrial) levou quase 120 anos para se espalhar fora da Europa. Em contraste, a internet espalhou-se pelo globo em menos de uma década”. 11 Uma das expressões da implacável, vertiginosa e veloz revolu- ção científico-tecnológica, que dá a luz à quarta revolução indus- trial, que está em seus estágios iniciais e localizada majoritaria- mente em pouquíssimos e ricos países, 12 abarca e se manifesta 11 Schwab, Klaus, op. cit., p. 16-17 12 Diferentemente da I, II e III revoluções industriais, a IV já chegou ao Brasil e tende a se espalhar mais rapidamente. “Sete tecnologias já têm impactos dis- ruptivos (inovação que suplanta tecnologias existentes) em sistemas produtivos estratégicos da indústria brasileira: inteligência artificial, internet das coisas (IoT), produção inteligente e conectada, materiais avançados, nanotecnologia, biotecnologia e armazenamento de energia. Essas fontes de inovações vêm pro- vocando mudanças significativas em modelos de negócio, padrões de concor- rência e em estruturas de mercado para setores como agroindústria, química, petróleo e gás, bens de capital, automotivo, aeroespacial e defesa, tecnologia da informação e comunicação, bens de consumo e farmacêutico”. Ver: Machado, 104 Eduardo Rocha