O Golpe – Brics, Dólar e Petróleo Euclides_Mance_O_Golpe_Brics_Dolar_e_Petroleo | Page 45

1. Brasil e BRICS A Petrobras como Alvo Estratégico Antes da descoberta do pré-sal, a Petrobras, sob uma estra- tégia de expansão internacional, visando refinar petróleo brasi- leiro no exterior, comprou, em 2006, 50% de uma refinaria em Pasadena, no Texas (EUA), com uma capacidade instalada de processamento para cerca de 120 mil barris/dia, tanques para armazenagem de 5,1 milhões de barris de petróleo e derivados, terminal marítimo e operação logística e de comercialização já estruturadas – localizada no Houston Ship Channel, que conduz ao porto Houston, que se abre ao Golfo do México e possui liga- ções modais para todo o país. [46] [47] [48] Com a descoberta do pré-sal, os investimentos da Petrobras se voltaram para a exploração dessas reservas, pois se tratava de um óleo mais leve e mais rentável, que passaria igualmente a abastecer a rede de refinarias no Brasil e no exterior. Dada a vantagem comparativa que a Petrobras obteve na produção de petróleo em relação à media mundial e o cresci- mento expressivo do volume produzido, se ela continuasse como única operadora do pré-sal, no prazo de poucos anos a sua par- ticipação no mercado internacional – incluindo sua atuação no refino de petróleo brasileiro nos Estados Unidos – seria expandi- da em razão de seus preços altamente competitivos, ampliando seus ganhos com a venda de combustíveis e de outros derivados no interior da América do Norte – Estados Unidos, Canadá e México –, conquistando mercados que antes eram de petroleiras estadunidenses, cuja difícil situação analisaremos na Seção 1.15. De fato, após atravessar a crise econômica que se abateu nos EUA a partir 2007-2008, que provocou a redução da demanda de derivados de petróleo e do preço dos ativos das companhias petrolíferas, a refinaria de Pasadena alcançou a marca de 73 mi- lhões de dólares em lucros no primeiro semestre de 2014. [49] Por sua vez, na América do Sul, a possível participação da Petrobras na Petrosur e na Petroamerica, integrando iniciativas conjuntas com a estatal venezuelana PDVSA, considerando “a experiência da Petrobras em tecnologia de perfuração em águas 44 de 382