1. Brasil e BRICS
tava o transporte como produto e que havia vários grupos tentando incluir e projetar pautas estranhas ao movimento:
Fórum – Depois dos protestos de ontem, muito se falou nas redes sociais e se propagou por setores da mídia que as pautas de vocês são mais amplas, passando por temas como aumento da inflação, votação da PEC 37 e até impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Isso é verdade? Luiza Mandetta – Não, não tem nada disso. Estamos na rua para barrar o aumento, para que a passagem retorne aos R $ 3. Esse negócio de colocar várias pautas e tentar pautar o movimento não nos agrada. Tem muita gente querendo colocar a própria pauta nos atos, e tentamos combater isso porque é um risco para nós. Não queremos e não vamos permitir que parasitem a nossa pauta e que as coloquem no meio, justamente agora que a manifestação está gigante. [ 44 ]
Mas, nas redes sociais, a pauta do MPL – Movimento Passe Livre foi associada à pauta do MBL – Movimento Brasil Livre, alterando não apenas a sua extensão mas o seu caráter.
Assim, o que era a defesa de uma tarifa menor para o transporte público deu lugar à defesa do livre mercado como regulador dos preços de tudo, inclusive do transporte coletivo.
E a reivindicação de um serviço público de transporte de qualidade deu lugar à defesa de um amplo programa de privatização dos serviços públicos e das empresas estatais, resultando em que tudo fosse regulado pela livre concorrência num ambiente de livre mercado.
E, para que isso ocorresse, apontava-se nas redes sociais a necessidade de pôr fim aos“ governos do PT”, começando pela própria deposição do governo Dilma.
Unidos pelo Golpe
Ao longo de 2015 vai se conformando, pouco a pouco, um conglomerado de atores que era favorável à deposição do Governo Dilma e que era constituído por empresários e investidores dos setores agrário, industrial, comercial e de serviços – defensores de reformas que cortassem direitos trabalhistas, sociais e
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